Off the record

D.A.M.A: A banda sensação da música portuguesa

Francisco Pereira, de 25 anos, Miguel Coimbra, de 24, e Miguel Cristovinho, de 23, formam os D.A.M.A, o mais recente sucesso da música portuguesa. O grupo está na Invicta a gravar o primeiro álbum, que sairá em setembro, e a Move Notícias encontrou-os em estúdio um dia depois de terem atuado na abertura do concerto dos One Direction, no Estádio do Dragão. Ainda com a adrenalina do grande espectáculo a correr-lhes nas veias, os três jovens artistas fizeram uma pausa nas gravações para uma conversa marcada pela boa disposição, na qual contaram que rejeitam o título de boys band. Fique a saber mais sobre os três artistas. Eles vão dar que falar.

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Move Notícias – Como “nasceram” os D.A.M.A?
Francisco Pereira – Eu e o Miguel Coimbra já nos conhecemos desde os seis anos de idade, na aula de português escrevíamos as nossas composições em poemas. Depois quando surgiu o hip hop, pensámos juntar os instrumentais às letras e assim nasceram os D.A.M.A. Além de mim e do Miguel tínhamos também a Pipa que era a vocalista. Começamos por cantar em discotecas e bares. Posteriormente convidamos o Miguel Cristovinho para fazer uma participação uma participação na música “Quer”. A música correu bem, nós gostámos da voz do rapaz (risos) e convidámo-lo para ficar connosco.

Move Notícias – Porquê D.A.M.A?
Miguel Coimbra – O nome surgiu há nove anos, agora parece um pouco infantil, mas decidimos manter. Significa “Deixa-me Aclarar-te a Mente Amigo”.
Francisco Pereira – No fundo é que o que queremos transmitir com a nossa música e que as pessoas se identifiquem com o que cantamos.

Miguel Cristovinho
Miguel Cristovinho

Move Notícias – Miguel como foi a adaptação ao grupo, uma vez que o Miguel Coimbra e o Francisco Pereira se conheciam há mais tempo?
Miguel Cristovinho – Foi fácil, porque já éramos amigos antes de estarmos juntos na música.
Miguel Coimbra – A grande mudança acabou por acontecer no processo criativo, porque o Miguel (Cristovinho) passou a fazer parte disso.

Move Notícias – Como é o processo de criação?
Miguel Cristovinho – É super intuitivo, quando nos juntamos… eu dedico-me mais à parte da melodia, o Francisco escreve muito bem e o Miguel é o master da produção.
Francisco Pereira – Nós complementamo-nos. Cada um tem a sua função, o que não nos impede de darmos sugestões e de essas sugestões serem bem aceites.
Miguel Cristovinho – Damos as nossas opiniões e ninguém leva a mal, é o lado bom de sermos amigos.
Miguel Coimbra – Sempre fomos claros como a água uns com os outros. O mais importante é a banda e não os nossos egos.

Miguel Coimbra
Miguel Coimbra

Move Notícias – A banda começou por chamar a atenção através do Youtube. Estavam à espera de ter esse impacto?
Miguel Coimbra – Nós não aparecemos agora, já existimos há algum tempo, apenas não éramos reconhecidos. Também não nos dedicávamos tanto como agora, o Youtube e o Facebook são ferramentas excelentes para divulgarmos o nosso trabalho, mas é algo que já fazemos há algum tempo. Parece que de repente aparecemos, mas já levamos muitos “nãos”, não foi um processo tão repentino como parece.

Move Notícias – Estão a gravar o vosso primeiro álbum. O que se pode esperar?
Miguel Coimbra – Os fãs podem esperar mais D.A.M.A.

Move Notícias – Abriram o concerto dos One Direction, sentem que foi uma boa experiência?
Miguel Cristovinho – Foi bom, porque daquelas 60 ou 70 mil pessoas que lá estavam muitas não nos conheciam e foi uma forma de mostrar o nosso trabalho. Por outro lado, havia pessoas que já conheciam os nossos singles e foi incrível ouvir todo o estádio a cantar as nossas músicas.
Francisco Pereira – Assim que subimos ao palco ouvimos pessoas a gritar por nós e foi muito bom, porque é sinal que as coisas estão a ser bem-feitas.
Miguel Coimbra – A experiência está muito fresca, ainda não assentamos as ideias. Mas foi lindo e sentimos que passou muito rápido.

Move Notícias – Um concorrente do “The Voice” cantou “A Balada do Desajeitado” no programa…
Miguel Coimbra – Uma pessoa muito sábia do mundo da música disse-me que se pode medir o sucesso pelo número de covers que se faz de uma música. Por isso, ver a nossa música ser cantada num programa de televisão é muito bom.

Move Notícias – Rejeitam o título de boys band?
Miguel Coimbra – Sim, completamente.
Francisco Pereira – Somos uma banda de rapazes, mas o nosso processo criativo não é como o das boys band, porque normalmente essas banda não escrevem as suas próprias músicas e conhecem-se por motivos profissionais e pessoais. Acho que há essa tentação de nos chamarem boys band, porque somos três rapazes bem parecidos que fazem parte de uma banda (risos).

Francisco Pereira
Francisco Pereira

Move Notícias – Contaram que receberam muitos “não”, como se sentem agora a realizar o vosso sonho?
Miguel Coimbra – Não vamos ser hipócritas e achar que vamos vender muitos discos, porque isso não está a acontecer no mercado. O álbum significa o resultado do nosso trabalho, podemos vir a vender muitos discos, mas estamos focados em fazer o melhor trabalho possível.

Move Notícias – O álbum já tem nome?
Francisco Pereira – Ainda não, mas se calhar vai chamar-se depois de Cristovinho…. (risos).
Miguel Cristovinho – D.A.M.A DC (risos).

Move Notícias – Como se vêem daqui a 10 anos?
Miguel Cristovinho – Todos chateados uns com os outros (risos) ou vamos dar um concerto no Estádio do Dragão com os One Direction a abrirem o espetáculo para nós (risos).
Francisco Pereira – Podres de ricos já era bom.
Miguel Coimbra – Isto acontece tão depressa, que é impossível prever.

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Fotos: José Gageiro