Cerca de 2% da população sofre de hipocondria, um estado do foro psicológico em que a pessoa tem tendência a sobrevalorizar sensações subjetivas, atribuindo-as a alterações ou a doenças orgânicas inexistentes, podendo mesmo convencer-se de que tem doenças muito graves ou mesmo incuráveis.
Ainda que essas “sensações” não sejam reais, sabe-se agora que o problema pode mesmo tornar-se realmente físico.
Um estudo que avaliou sete mil pessoas e que foi publicado na revista científica ‘BMJ Open’ revela que as pessoas hipocondríacas são mais propensas a desenvolver realmente alguns problemas de saúde graves, como doenças cardíacas.
Segundo reporta a CNN, as conclusões dos investigadores noruegueses da Universidade de Bergen mostraram que 3,3% dos inquiridos tiveram um ataque cardíaco ou de angina durante os 13 anos de desenvolvimento do estudo.
Embora seja pouco, os autores concluíram que o número de pessoas hipocondria neste grupo era o dobro daquelas sem o problema.
Ou seja, os hipocondríacos correm um maior risco de desenvolver doenças do foro cardíaco face às pessoas que vivem “despreocupadas”.
“O stress faz-nos produzir cortisol, hormona que a curto prazo nos dá energia, mas a longo prazo e em altas doses, pode ter efeito corrosivo em vários órgãos e aumentar, por exemplo, a aterosclerose, que é um fator de risco para a doença cardíaca. Para pessoas com hipocondria, esse é um stress difícil de evitar. Os nossos corpos estão sempre conosco, e as várias sensações e dores do corpo também estão sempre conosco”, explicou Ian Robertson, autor do livro ‘The Stress Test’ à CNN.