Conhecemo-lo da televisão e do teatro. As suas duas grandes paixões. Mas à parte da sua carreira de ator, autor e produtor de espetáculos, Luís Aleluia é um fã acérrimo de Santo-Antónios. “Adoro o Santo António. É o meu santo protetor, padroeiro. Às vezes falo com ele. Sou católico, mas só gosto de ir à igreja quando está lá pouca gente. Acho que ele me ouve melhor”, contou com um sorriso à Move Notícias durante uma entrevista em sua casa, em Lisboa, revelando o significado especial destas peças. “Dizem-me muito, porque são de todos os cantos do Mundo. De viagens que fiz. Não posso chamar-lhe de coleção. Nunca quis que isto se torna-se uma fixação. Acho que as coleções precisam de catalogadas para terem algum valor em termos de legado”, avançou.
De todos as cores e feitios estas peças de “estimação” têm direito a um lugar especial em casa do ator. “Tenho este armário de vidro, onde as guardo” explicou o Tonecas, como ficou também conhecido pelo público português depois de ter participado em As Lições do Tonecas, um dos programas mais emblemáticos da sua carreira.
Ao todo são mais de 60, entre peças de arte, medalhas e até livros. “Gosto de Santo-Antónios especiais. Tenho alguns até feitos de propósito para mim”, frisou avançando ainda que foi um paixão que surgiu por acaso. “Foi há cerca de 20 ou 25 anos. Não teve muito a ver com o Santo António em si. Teve a ver com a primeira peça que vi de um artista, em que se via a sua marca na peça. Uma das pessoas que me marcou muito e, de certa forma foi um dos responsáveis por ter estas peças agora, foi Maria Sidónio. Uma figura incontornável quando se fala deste santo. A partir daí surgiu um interesse por peças que tenham algo de cada artista”, finalizou.
Com os Santos populares à porta, Luís Aleluia garante esta é para si uma data especial. Na companhia da mulher, Zita Favretto com quem está casado há oito anos, e mantém um relacionamento há 15 e dos filhos, José de 10 anos e João de sete anos, o ator promete que as sardinhas não vão faltar. “Este tipo de dias são importantes para o nosso país. A ideia de bairrismo tem se desvanecido com o tempo, e nestas datas nota-se muito a entreajuda das pessoas. Provavelmente não vou para a rua, mas vou certamente comer sardinhas”.
Atualmente Luís Aleluia integra o elenco da peça A curva da felicidade e dá vida a um cabo da GNR em Bem Vindo a Beiras, série da estação pública RTP. Um personagem que marca o seu regresso ao horário nobre caixinha mágica, depois de 14 anos afastado. “Tenho uma felicidade enorme por estar inserido num elenco extraordinário. Entrei num novo ciclo profissional. Poder cruzar-me com colegas, alguns deles muito novos e que eu não conhecia e passei a admirar, é um orgulho”. Com uma carreira dedicada às artes confessa o teatro tem um lugar especial no seu coração. “É a minha grande paixão. A minha atividade é teatro, gosto de ter público ao pé de mim. De ter uma reação imediata, espontânea. Saber que o público está a sentir. O ator perde o controlo da mensagem em televisão, porque está acaba por ser ditada pelo realizador”, sublinhou.
No tempo que lhe sobra ator, de 53 anos, desdobra-se em livros estando neste momento a frequentar um curso de Ciências de Comunicação. Uma decisão se prendeu com o fato de querer entender os meandros da comunicação, perceber como funciona esta indústria.
Texto e Fotos: Marta Matreno