Desde 2008, que Pedro Fernandes dirige a quinta-feira no “Cinco para a Meia-Noite”. O apresentador diz que não poderia querer um programa melhor para trabalhar.
Move Notícias – O “5 Para a Meia-Noite” está a comemorar quatro anos…
Pedro Fernandes – Parece que foi ontem… tem sido uma experiência muito enriquecedora e temos encarado todos os programas como se fosse o primeiro ou o último. Tenho-me divertido imenso e é um programa que me dá imenso prazer fazer, pois posso dizer tudo o que me apetecer. Não podia querer um programa melhor para trabalhar.
MN – Está no programa desde o início. Sente dificuldade em encontrar novos temas e novas rubricas?
P.F. – O programa vive muito de atualidade. No nosso país, para bem ou para o mal, temos sempre muita coisa a acontecer, por isso há sempre coisas novas para explorar. Claro que às vezes precisamos parar para termos ideias novas e uma inspiração para criarmos novas rubricas. Como vai ser o caso agora, vamos parar no dia 12 de julho e depois, há a intenção da RTP, retomar o programa em setembro. Por isso, vamos ter este mês e meio para pensar e retemperar forças.
MN – Onde vai buscar as suas inspirações, além da atualidade?
P.F. – Às vezes do nada em jantares ou almoços, a ver televisão…. É de pequenas coisas que vão acontecendo no dia-a-dia.
MN – O programa estreou-se na RTP2, mas a última temporada passou para a RTP1. Como é que viu esta mudança?
P.F. – O “5” não é apenas um programa, transformou-se numa marca. Acho que é de realçar todo o trabalho que toda a gente fez e também é prova do reconhecimento do público. Agora é mais difícil acabar com ele. (risos) Acho que o programa já marcou a história da televisão portuguesa. Esta mudança para a RTP fez um acrescento de responsabilidade, mas também a possibilidade de chegar a mais gente.
MN – Como é a interação com os outros apresentadores?
P.F. – Infelizmente, não estamos muitas vezes juntos, porque a agenda de cada um não permite. É verdade que a interação já foi maior, mas fazemos todos os esforços para estarmos juntos algumas vezes.
MN – Vê o programa nos outros dias?
P.F. – Normalmente sim. Tenho dois filhos e ao final da tarde há os banhos e os jantares…. Então só consigo trabalhar à noite e tenho sempre a televisão ligada. É raro o programa que não vejo e os meus colegas são muito bons.
MN – Como é a reação das pessoas na rua?
P.F. – É muito boa e é crescente, porque noto que há mais pessoas a conhecer o nosso programa, principalmente desde que passamos para a RTP1. Houve um processo de reconquista de público, foi engraçado ver que havia pessoas novas a ver o programa. Havia pessoas se dirigiam a mim e diziam: “Você é daquele programa novo”. Isto ao fim de três anos. Foi engraçado. Por outro lado, foi um recomeço e um novo fôlego para o programa.
MN – O “5” tem pernas para continuar a andar?
P.F. – Sim. Como vive muito da atualidade e tem cinco apresentadores diferentes acho que esta dinâmica e novidade constante jogam a nosso favor. Agora até quando vai durar? Não sei… não excluo essa possibilidade de haver rotatividade de apresentadores e eu posso ser um dos felizes ou infelizes contemplados a sair. Isso pode acontecer.
MN – Numa entrevista falou no desejo de ter o Mourinho como convidado. Ainda não conseguiu…
P.F. – É verdade, ainda não consegui… Às vezes conseguir nomes importantes são felizes coincidências. Por exemplo, tenho amigos comuns com o Paulo Bento e nem sabia. Conhecemo-nos num almoço e está prometido ele ir ao programa. Por vezes, só através destes conhecimentos é que se consegue levar estes nomes, o que ainda não é fácil. Também gostava de entrevistar o Ronaldo ou o nosso primeiro-ministro. Há sempre perguntas que queremos fazer.
MN – Então é difícil conseguir que algumas pessoas aceitem ir ao programa…
P.F. – Depende um bocadinho do espírito com que as pessoas encaram este tipo de programas. É um talk show humorístico e as pessoas têm que ter alguma capacidade de encaixe e disposição para lá ir. Compreendo que algumas pessoas não tenham esse à vontade.
MN – Que convidados gostava de ter na próxima temporada?
P. F. – O Bruno de Carvalho está prometido. Sou sportinguista de gema, sou fã deste novo presidente e já tive oportunidade de falar com ele. Depois há aqueles convidados que sonhamos ter lá um dia, mas que tenho a consciência que é impossível, como o Tim Burton, que é um dos realizadores que mais admiro, o Obama…. Sonho muito alto… (risos)
MN – Recentemente, a Rita Ferro Rodrigues esteve convidada para o seu programa e acabou desconvidada…
P.F. – Houve uma falha de comunicação entre a produtora e a direção de programas, acho que já foi feito o esclarecimento devido. Comprei o livro da Rita, li e recomendo.
Fotos: Pedro Costa