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Thamsaqa Jantjies protagonista acidental na homenagem a Mandela

Antes mesmo de encerrar a cerimónia em homenagem ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, realizada na terça-feira, dia 10, no Estádio Soccer City, em Joanesburgo, na África do Sul, surgiu uma polémica em torno do intérprete de sinais que traduziu os discursos de autoridades como o presidente dos EUA, Barak Obama, o diretor-geral da ONU, Ban-Ki-Moon, além de personalidades africanas, conquistou as redes sociais e acabou por forçar uma investigação do governo da África do Sul para apurar o caso. Foi levantada a suspeita de que Thamsaqa Jantjies, de 34 anos, era, na verdade, um impostor.

A deputada sul-africana Wilma Newhoudt, vice-presidente da Federação Mundial de Surdos, mostrou a sua indignação ainda durante o tributo, através do Twitter. Na rede social, ela pediu para que tirassem o intérprete ainda durante o evento e criticou-o duramente. “Que vergonha esse homem que se chama intérprete no palco. O que é que ele está a sinalizar? Ele sabe que os surdos não podem vocalmente vaiá-lo”, escreveu.

Diante das acusações,Thamsaqa Jantjies concedeu entrevista ao jornal “The Star” para justificar sua postura no evento, revelando que durante o memorial sofreu um “episódio esquizofrénico”. Segundo Jantjies, de repente, começou a ter alucinações e a ouvir vozes. Disse, ainda, que toma medicação para esquizofrenia e não sabe o que levou ao surto, se foi a magnitude do evento ou a alegria de participar da homenagem a Mandela.“Não havia nada que pudesse fazer. Estava sozinho numa situação muito perigosa. Tentei-me controlar e não mostrar ao mundo o que estava a acontecer. Eu sinto muito”, afirmou.

De acordo com o jornal, Jantjies mostrou documentos e fotos que comprovam o seu trabalho como intérprete da língua de sinais para surdos.

O governo sul-africano já admitiu  que “cometeu um erro” ao permitir a contratação do intérprete.