A designada dieta “tipo sanguíneo”, muito popularizada entre estrelas como Miranda Kerr, Demi Moore e Elizabeth Hurley, não tem, afinal, qualquer fundamento científico, revela um estudo realizado por um grupo de investigadores da Universidade de Toronto.
A pesquisa publicada na “PLoS One” concluiu que a teoria por trás da dieta ‘ABO’ (tipo sanguíneo), que afirma que as necessidades nutricionais de um indivíduo variam de acordo com o seu genótipo, é simplesmente falsa, ou seja não tem fundamento científico.
A dieta do tipo sanguíneo foi popularizada pelo livro “Eat Right for Your Type” (A Dieta do Tipo Sanguíneo, em tradução livre), escrito pelo naturopata Peter D’Adamo. O livro foi um best-seller traduzido para 52 línguas e que vendeu mais de sete milhões de cópias.
De acordo com os preceitos deste regime, a dieta de uma pessoa deve coincidir com os hábitos alimentares dos respetivos antepassados, e as pessoas com diferentes tipos de sangue processam alimentos de forma diferente. Os indivíduos que adotarem a uma dieta específica para seu tipo sanguíneo supostamente podem melhorar a sua saúde e diminuir o risco de doenças crónicas, em particular as cardiovasculares.
Porém, com base nos dados de 1.455 participantes do estudo Toronto Nutrigenomics and Health, não foi encontrada qualquer evidência que apoie a teoria da dieta do tipo sanguíneo, sustentou Ahmed El-Sohemy, um dos investigadores.
“A forma como um indivíduo responde a qualquer uma dessas dietas não tem absolutamente nada a ver com o seu tipo de sangue e tem tudo a ver com a sua capacidade de manter uma dieta vegetariana ou pobre em hidratos de carbono”, garantiu.
Os investigadores descobriram ainda que as associações observadas entre as dietas de cada um dos quatro tipos de sangue (A, B, AB, O) e os marcadores de saúde são independentes do tipo sanguíneo da pessoa.