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Família do sobrevivente do Meco conta como foi acidente

A família do sobrevivente do acidente com uma onda na praia do Meco, em Sesimbra, em dezembro do ano passado, declarou que o jovem “prestará todos os esclarecimentos» no «local certo e perante as instâncias competentes”.

Numa carta enviada à agência “Lusa”, a família de João Miguel Gouveia, o único sobrevivente do grupo de sete estudantes, sublinha que o jovem deseja prestar todos os esclarecimentos. “No local certo e perante as instâncias competentes, no tempo necessário para que todas as diligências sejam efetuadas, o sobrevivente prestará todos os esclarecimentos”, sustentam os familiares do jovem, que até agora se tem remetido ao silêncio.

Na extensa carta, os familiares de João Miguel Gouveia asseguram que “desde o primeiro dia, mesmo em choque, o sobrevivente colaborou com as autoridades seja para contactar as outras famílias, seja para dar indicações sobre o que sucedeu”.

A família diz que “os jovens reunidos não conheciam a zona, realizaram alguns percursos a pé e deslocaram-se também até à praia. Pousaram os objetos que traziam no areal e, conversando, passearam na areia. Pararam acima da zona de rebentação e vários sentaram-se. Sem que se apercebessem, uma onda, de grandes dimensões, arrastou-os a todos e o desastre aconteceu. Seis jovens perderam a vida e um deles, depois de muito esforço, conseguiu arrastar-se até à areia e, de um dos telemóveis que tinham ficado junto dos objetos que tinham pousado inicialmente, conseguiu pedir socorro para o 112, tendo ficado em exaustão, a vomitar e em hipotermia progressiva, prostrado na areia”.

A família de João Miguel Gouveia diz também que “está solidária com a dor imensa das famílias que perderam os seus filhos” e que falou com alguns deles “para prestar os esclarecimentos solicitados”. “Desde o primeiro dia, mesmo em choque, o sobrevivente colaborou com as autoridades, seja para contactar as outras famílias, seja para dar indicações sobre o que sucedeu”, garantem.

Por outro lado, os familiares queixam-se de “injustiça”, “especulação, notícias sem explicitação de fontes credíveis e construídas com base em comentários de quem nada sabe sobre os factos ou mesmo assentes em mentiras claras e contradições óbvias, que apenas criam alarme social”.

Os seis jovens que morreram na praia do Meco faziam parte de um grupo de estudantes universitários que tinham alugado uma casa na zona para passar o fim de semana. Os familiares das seis vítimas apelaram para que o único sobrevivente esclareça as famílias das vítimas sobre as circunstâncias em que ocorreu a tragédia.

Esta semana, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o procurador coordenador do Círculo de Almada chamou a si o inquérito relativo a este caso e que o processo está em segredo de justiça.