O grupo de estudantes que morreu afogado na madrugada de 15 de dezembro, na praia do Meco, terá sido visto por moradores de Aiana de Cima a rastejar com pedras atadas nos pés. Quando consideraram os exercícios demasiado “puxados”, houve moradores que interpelaram o grupo, alertando que se tratava de “humilhação”. Em resposta, receberam: “Isto é uma praxe. Uma experiência de vida. Não se meta”.
Uma das moradoras que conta esta versão em declarações ao “Diário de Notícias”, Cidália Almeida, diz que resolveu agora contar o que tinha visto num terreno baldio, a 300 metros da casa alugada pelo grupo, porque “talvez este dado ajude as famílias a perceber onde os filhos estavam”.Cidália Almeida conta que estava a arranjar o quintal quando viu a cena e foi alertada para a presença de um jovem trajado que caminhava em direção ao tal terreno, com uma colher de pau gigante na mão. Cidália está convencida que o jovem era João Gouveia: “Tenho a cara dele gravada na memória”.A mulher conta que os exercícios foram ficando mais “puxados” e que, a certa altura, “um vizinho foi lá ter com eles”. “Disse que também tinha sido estudante e sugeriu-lhes que se divertissem de outra maneira. Mas não gostaram e deram a tal resposta”, conta.
Esta quinta-feira, dia 23, a RTP emitiu uma reportagem com depoimentos de estudantes sob anonimato, que aventaram a hipótese de o incidente no Meco se ter ficado a dever a um batismo. Segundo esta teoria, os seis jovens que morreram estariam de costas para as ondas a responder a questões colocadas por João Gouveia. A cada resposta errada, recuariam um passo. Até que uma onda mais forte os arrastou. João Gouveia terá escapado por estar de frente para o mar, mais afastado da zona de rebentação.