A Polícia Judiciária de Setúbal tem em seu poder um diário de uma das estudantes que perdeu a vida na praia do Meco, avança o jornal “Público”. Alguns dos excertos constantes naquele documento poderão, assim, ajudar a perceber a composição hierárquica da Comissão Oficial de Praxes Académicas (COPA) da Universidade Lusófona, uma vez que todas as vítimas integravam este órgão académico.
Ainda de acordo com a mesma publicação, antes de as autoridades avançarem para a reconstituição da fatídica noite estão concentradas em perceber o que se passou antes, por isso é importante perceber a cadeia de comando das praxes.
Fontes policiais adiantaram ao jornal que dificilmente João Gouveia, o Dux da instituição de ensino superior em causa e único sobrevivente da tragédia, que se mantém em silêncio sobre o que terá, de facto acontecido, será constituído arguido no âmbito do processo de investigação, a não ser que seja o próprio a requerer esse estatuto. Caso o faça, tal permitir-lhe-á permanecer calado, ao contrário do que sucederá se continuar como testemunha.
As mesmas fontes garantem que as diligências até agora levadas a cabo não apontam para qualquer responsabilidade criminal de João Gouveia.
Já o “Diário de Notícias” avança que os pais das seis vítimas, que ontem solicitaram junto do Tribunal de Almada a possibilidade de virem a ser assistentes do processo, colocam também a hipótese de pedirem que seja levantado o segredo de justiça a que a investigação está votada.
“Se me disserem que não estão a fazer nada e que o fim do segredo justiça não prejudica a investigação, então vamos requerê-lo. Não podemos chegar ao fim do processo sem que nada se saiba”, assinalou o advogado dos familiares, Vítor Parente Ribeiro, em declarações ao mesmo jornal.