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Papa Francisco: Um ano a liderar a Igreja Católica

A 13 de março de 2013 o mundo testemunhava mais um acontecimento histórico, com a eleição do novo Papa. Depois de cinco votações e dois dias de conclave, o Cardeal de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, foi o escolhido.

Bergoglio recebeu o nome de Francisco e tem revolucionado a Igreja Católica, tornando-se uma das mais mediáticas figuras mundiais. Ao longo do último ano, o primeiro papa não europeu em mais de 13 séculos, apelou à compreensão para as relações homossexuais e melhor integração à Igreja dos divorciados, alimentou o desejo de maior participação de leigos e das mulheres, pediu perdão por crimes sexuais de sacerdotes, iniciou a reforma do sistema financeiro do Vaticano e ordenou o reforço das doações para obras de solidariedade.

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O Papa tornou-se uma figura muito popular

Depois de eleito, optou por viver como um comum mortal: dorme na residência dos cardeais, come na cantina comum, anda de autocarro e coloca em apertos o sistema de segurança da Santa Sé ao dispensar vidros à prova de bala e cumprimentar os fiéis anónimos na Praça de São Pedro.
A postura franca e descomplexada na relação com o mundo mediático, com homilias e discursos incisivos e concretos, transformaram-no numa estrela – é uma das figuras mais seguidas no Twitter e, segundo um estudo recente do Pew Research Institute, 84% dos ‘posts’ em que é citado, são positivos, por comparação com o seu antecessor, Bento XVI, que só tinha 30% de ‘feedback’ positivo.

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Francisco dispensa carros com vidros à prova de bala

Mas essa visibilidade colide com o esforço do papa argentino, 77 anos, em promover uma “fé concreta” que chegue às pessoas. Por isso, pouco antes de se recolher para retiro quaresmal, com oito dezenas de cardeais, fez o aviso: “Temos de nos livrar dos ídolos, das vaidades e construir as nossas vidas com base no essencial.”
Antes disso, numa entrevista ao “Corriere della Sera”, havia dito que não se sentia confortável com a imagem pública de um super-herói dos tempos modernos. Recorde-se que surgiu numa parede de Roma, uma pintura que retrata o Papa como super-herói. “Eu não gosto… da mitologia do papa Francisco”, afirmou, acrescentando: “Pintar o papa como uma espécie de super-homem, uma espécie de estrela, parece ofensivo”, porque o “papa é um homem que ri, chora, ressona e tem amigos como qualquer outro. Uma pessoa normal”.

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A pintura de Francisco como super-herói numa parede de Roma

O sucesso mediático é tal que o grupo de jornais de Berlusconi lançou uma revista semanal denominada “O meu papa” (“Il mio papa”), que, em 60 páginas, junta abundantes notícias, detalhes e rumores relacionados com a figura de Bergoglio.
Em janeiro, foi capa da “Rolling Stone”, que elogiou o seu estilo menos institucional e mais tolerante para matérias como a homossexualidade e as casas de apostas indicam o seu nome como o favorito para Nobel da Paz. Mais tarde foi eleito pela revista gay “The Advocate” como a personalidade do ano.

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A revista inteiramente dedicada ao Papa

Porém, segundo a agência “Lusa”, pesquisas recentes indicam que 75% dos europeus estão descontentes com a doutrina da Igreja em relação à sociedade, um valor que se mantém também elevado em regiões de forte implantação católica como a América Latina (67%) ou a América do Norte (59%). Apenas em África, as opiniões desfavoráveis atingem valores mais reduzidos (19%).
Mas as sucessivas tomadas de posição do papa parecem estar a atrair de novo alguns fiéis na velha Europa. Em França, onde apenas 3% da população se identifica como católica e praticante, a hierarquia diz que as missas começam a ter mais fiéis com a eleição de Francisco.

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Francisco tem atraído mais fiéis

A reforma do modelo financeiro da Igreja é outra das prioridades de um papa, que prometeu acabar com a “gestão de opulência” do Vaticano. Para isso nomeou um novo responsável das finanças, o cardeal George Pell, que irá impor orçamento anuais e regras de funcionamento de acordo com os padrões internacionais.

Mais do que uma mudança estrutural, Francisco tem insistido nas alterações do discurso e tem apostado nas novas tecnologias para chegar a mais gente. Por isso, considerou que a “Internet oferece imensas possibilidades para o encontro e solidariedade”, apelando aos católicos para “ousarem serem cidadãos do mundo digital”, procurando assim evangelizar através destes novos meios.

Papa tomou o pequeno-almoço com sem-abrigo no dia do seu aniversário
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