Adriane Garcia trocou o Brasil por Portugal em 2006, para aceitar um convite da TV Record. Desde então nunca mais desistiu de seguir carreira na apresentação. Para trás deixou um curso de direito e a família. Em terras de Vera Cruz já era reconhecida além de ter sido manequim e atriz, lançou ainda dois álbuns, mas garante que a música foi uma fase da sua vida que está encerrada. Já a representação, Adriane espera poder voltar a abraçar projetos nessa área em breve. Conheça mais sobre a apresentadora, que esteve à conversa com a Move Notícias.
O que a fez mudar para Portugal?
Nunca pensei que fosse morar em Portugal, nunca. Portugal era um lugar onde vinha trabalhar, mas depois voltava. Sempre tive curiosidade de conhecer o país, porque o meu bisavô é português e namorei muito tempo com um português. Quando terminei essa relação foi quando me mudei para cá. Na altura, recebi um convite da TV Record para ser apresentadora de um programa de música. Era uma proposta irrecusável.
Como correu a adaptação?
Foi difícil, embora esteja cá há muitos anos sou uma emigrante. As saudades são o pior. Por muitos amigos que tenha, as minhas raízes estão lá e é difícil estar longe da família.
Quando surgiu o convite para a RTP?
Estive três anos na TV Record Europa, tenho excelentes memórias e foi uma excelente oportunidade para as pessoas em Portugal me conhecerem, mas ficou pequena para mim. Porque apesar de estar cá, estava a falar para brasileiros. A partir do momento que escolhi Portugal para viver, queria falar para portugueses e queria mais. Foi aí que contactei canais portugueses, batalhei muito para conseguir entrar na RTP, quando muitos me diziam que era impossível por causa do meu sotaque. Mas para mim nada é impossível e nunca desisti.
Encara facto de ter conseguido trabalhar num canal português como uma vitória?
Sim, sem dúvida. No Brasil as pessoas já acham que sou portuguesa, porque até já noto que estou a perder o sotaque e é natural que isso aconteça.
Sentiu algum preconceito quando começou a trabalhar na RTP?
Acho que preconceito não é a palavra certa. A televisão é um meio difícil, é uma carreira onde há muitas lutas de egos e muitas pessoas a competir por um lugar. Por isso, é preciso ter uma bagagem emocional muito forte para trabalhar. Estou contente com o meu percurso, porque não sou só uma cara bonita que quis ter cinco minutos de fama. Fui conquistando o meu lugar passo a passo e acho que estou a construir o meu caminho. Não quero ter fama, quero ser reconhecida pelo meu trabalho. Eu trabalho muito, fiz um investimento, deixei o meu curso de direito no quinto ano e investi todo o dinheiro que tinha guardado para fazer workshops em representação e televisão.
A Adriane foi manequim, é atriz… Agora é repórter do “Só Visto”…
Não estudei para ser repórter, nem me considero repórter. Estudei para fazer televisão, porque era isso que queria fazer. Estou muito grata à RTP por me ter dado a oportunidade de comunicar e ser apresentadora.
Recentemente estreou o programa “3 por Uma”, que apresenta juntamente com a Patrícia Bull e a Joana Teles. Como está a correr?
Tem sido fantástico. Este projeto é da minha autoria, já o tinha apresentado à RTP há algum tempo e felizmente aceitaram agora a minha proposta. É um programa muito descontraído, com temas e pessoas interessantes. Também sugeri os nomes para a apresentação, porque era importante haver cumplicidade entre as apresentadoras. Por isso, está a correr bem, pois temos à vontade umas com as outras.
Esse lado criativo também é importante para si?
Sim, sem dúvida. Este é o segundo programa que escrevo. Quando estive na TV Record também houve um programa que foi pensado por mim. A minha cabeça está sempre a trabalhar e tenho muitas ideias.
E como ficou a música na sua vida?
Fez parte de uma fase importante da minha vida, foi a minha montra e era muito nova. Hoje em dia não penso fazer carreira na área. Continua a cantar para amigos, mas de uma forma descontraída. A vida de músico é muito difícil, há muito desgaste com viagens e não sei se estaria preparada para isso. Estou 100% entregue à televisão.
E quanto à representação?
Estou com saudades. Fiz uma pequena participação na série “Maternidade”. Recentemente recebi um convite de outro canal para fazer representação, mas preferi ficar na RTP. Portanto, estou à espera que uma oportunidade surja.
Fotos: José Gageiro