“Sem me dar conta, tinha disparado quatro tiros”. Foi assim que Oscar Pistorius descreveu, a soluçar e em lágrimas, como matou a namorada a 14 de fevereiro de 2013, disparando através da porta da casa de banho.
Hoje foi o segundo dia de depoimento de Pistorius, de 27 anos, que está a ser julgado desde 3 de março pelo homicídio de Reeva Steenkamp.
Em tribunal, o campeão paralímpico disse ter acordado com calor e foi à varanda buscar uma ventoinha que lá deixara quando ouviu a janela da casa de banho a abrir: “Esse foi o momento em que tudo mudou. Pensei que um ladrão estava a tentar entrar em casa”, afirmou, comovido. Regressou ao quarto que estava às escuras, encontrou a arma que tinha à cabeceira. Sussurrado à namorada para telefonar à polícia, convicto que ela estava deitada.
Sem as próteses, dirigiu-se para a porta da casa de banho, confirmado que alguém estava lá dentro. “Ouvi então um barulho lá dentro que pensei ser alguém a sair da casa de banho. Antes que me desse conta disparei quatro tiros contra a porta”, disse. Só nesse momento é que se lembrou que a namorada poderia estar lá dentro e ao confirmar que ela não estava na cama pegou num taco de críquete e partiu a porta, descobrindo o corpo de Reeva. “Caí sobre ela e chorei, não sei por quanto tempo, ela não estava a respirar”, afirmou, irrompendo num choro convulsivo que levou a juíza a dar por terminada a sessão.
Depois de uma breve suspensão e do seu advogado Barry Roux ter dito que Pistorius não estava em condições de continuar o depoimento, a juíza adiou a audiência para quarta-feira.
Durante a manhã, Pistorius tinha contado o quanto amava a namorada e como já tinham começado a falar de um “futuro juntos”. Não escondeu que existiam discussões, que eram resolvidas através do diálogo.