Escritores e artistas cubanos prestaram, sexta-feira, dia 25, em Havana, uma homenagem póstuma ao Nobel da Literatura Gabriel García Márquez, noticia a agência “Lusa”.
O presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC), o poeta e romancista Miguel Barnet, liderou o painel de intelectuais, que teve o jornalista Ignacio Ramonet como convidado, pensado como uma forma de prestar tributo ao escritor colombiano que morreu há uma semana, no México.
“Choramos sem pudor a morte de um dos maiores escritores não só da América, mas do planeta, de um homem que amou Cuba apaixonadamente em todos os momentos”, disse Miguel Barnet.
“Sem ser um político, teve uma visão ecuménica do mundo, democrática e profunda”, afirmou o mesmo responsável, em declarações citadas pela Efe, destacando a “dimensão extraordinária” de Gabriel García Márquez, um homem “transparente” e “simples” que “deu uma enorme lição a todos”.
O poeta Pablo Armando Fernández, Prémio Nacional de Literatura, por seu turno, declamou um poema dedicado a García Márquez, de quem guarda “muitas memórias”, incluindo o episódio em que o escritor colombiano apareceu na sua casa com Fidel Castro, no dia em que o líder cubano cumpriu 70 anos.
O sentido de humor do autor de “Cem Anos de Solidão”, a sua paixão pelo cinema e pela música e a sua lealdade e compromisso para com a amizade e o modo como preservou a sua identidade também foram outros dos pontos destacados pelos intelectuais que conheceram ou privaram com o escritor.
Ao grupo juntou-se Ignacio Ramonet que realçou ter tido oportunidade, nos últimos tempos, de “falar muito de política, literatura e jornalismo” com Gabriel García Márquez, afirmando que “‘Gabo’ foi sobretudo um jornalista” e um romancista “fora de série à escala universal”.
Ramonet lamentou que o Nobel da Literatura não tenha tido sorte com as adaptações ao cinema da sua obra literária, tão rica e original, pois não estiveram à altura dos textos que escreveu.
No encontro, marcaram ainda presença Prémios Nacionais de Literatura, o assessor presidencial, Abel Prieto, e os embaixadores da Colômbia e do México, Gustavo Bell e Juan José Bremer, bem como inúmeros escritores, pintores e cineastas.
O escritor colombiano prémio Nobel da Literatura (1982) manteve uma estreita relação com Cuba, que visitava com frequência e, em particular, com o ex-presidente Fidel Castro.
A última visita pública foi em dezembro de 2010, quando viajou para a ilha para assistir ao 32.º Festival de Cinema de Havana, evento que contou, durante anos, com a sua presença.
Gabriel García Márquez morreu a 17 de abril, na Cidade do México, aos 87 anos.
