Cerca de 800 mil peregrinos são esperados em Roma este fim de semana para a cerimônia de canonização dos papas João Paulo II e João XXIII, que será realizada a partir das 10h locais, na Praça São Pedro, no Vaticano. A canonização dupla será especial por reunir num único evento a “presença” de quatro Papas, os dois que serão canonizados, o Papa Francisco, e o Papa emérito Bento XVI, que estará presente.
Os dois futuros santos estão tão próximos no tempo que suas causas se entrelaçam, até o ponto de o segundo deles, João Paulo II, ter sido o encarregado de decretar as “virtudes heroicas” e a beatificação de João XXIII. Juntos, simbolizam a abertura para o mundo e a confiança de ser católico: faces complementares nas quais o Papa Francisco se reconhece.
Ambos os pontífices, cuja bondade e carisma fizeram com que após a sua morte fossem solicitadas as suas beatificações por aclamação, atravessaram nos últimos anos um complexo processo de canonização, requisito “sine qua non” para se tornarem em santos católicos.
João Paulo II será canonizado nove anos após sua morte, que ocorreu em 2005. O segundo milagre atribuído ao polonês Karol Wojtyla, nascido em 1920, que liderou a Igreja Católica entre 1978 e sua morte, foi reconhecido pelo Vaticano em julho do ano passado.
Já João XXIII, que foi Papa entre 1958 e 1963, será canonizado apenas com um milagre comprovado.
A cerimónia de canonização será idêntica a uma missa, embora mais simples, sóbria e sem extravagâncias, segundo o Vaticano. Em 2011, a beatificação de João Paulo II, feita por Bento XVI, durou três dias e reunindo 1,5 milhão de fiéis na praça e arredores.
O Papa Francisco chegará à praça com uma procissão ao ritmo da ladainha dos santos. Perante os gigantescos retratos dos dois papas exibidos na fachada da Basílica do Vaticano, pronunciará as palavras que ficarão gravadas para sempre no “registro celestial”, daqueles a que todos os católicos são convidados a orar pedindo ajuda para sua vida terrena. Francisco concelebrará uma missa solene com cinco prelados, entre eles estará o bispo de Bergamo (cidade natal de João XXIII), Francesco Beschi, e o ex-secretário particular do papa João Paulo II e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz.
