A namorada de Oscar Pistorius estava a falar com ele através da porta da casa da banho quando morreu baleada pelo atleta, afirmou esta segunda-feira, dia 14, o procurador Gerrie Nel numa nova sessão do julgamento por assassínio do sul-africano.”Todos os gritos (de Pistorius) foram porque ela estava a falar consigo e fugia para salvar a sua vida”, afirmou Nel ao acusado.
Pistorius, pelo contrário, assegura que gritou a pensar que um ladrão estava escondido na sua casa de banho, a quem pediu várias vezes que saísse de sua casa.
Nel perguntou a Pistorius por que é que a sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, estava de pé junto à porta – como testemunhou um perito policial – e não a esconder-se no interior da casa de banho ao ser atingida pelos disparos. “Estava a falar consigo”, argumentou o procurador, afastando a possibilidade de Reeva ter ficado calada enquanto Pistorius gritava de pânico por medo de que o ladrão a atacasse.
O atleta, que presta declarações sem olhar em nenhum instante para Nel e com os olhos voltados para a juíza Thokozile Masipa, voltou a chorar em repetidas ocasiões ao lembrar da noite do crime. “O senhor está a construir uma versão tão improvável que ninguém nunca acreditaria”, disse o procurador a Pistorius num momento do julgamento, que começou a 3 de março no Tribunal Superior de Pretória.
Oscar Pistorius, de 27 anos, confessou ter matado a tiro Reeva Steenkamp, que tinha então 29 anos, na madrugada de 14 de fevereiro do ano passado. Pistorius assegura ter disparado através da porta fechada da casa de banho devido ao pânico, ao ouvir um barulho lá dentro e pensar que um intruso tinha entrado pela janela. A Procuradoria acusa o atleta paraolímpico de ter matado Reeva após uma discussão que várias testemunhas da acusação asseguraram ter ouvido.