A música de “Ave mundi luminar”, “Theatrum” e “Alma mater” inspira o concerto de Rodrigo Leão no Mosteiro da Batalha, agendado para 17 de maio e com lotação já esgotada, avança a “Lusa”.
O espetáculo assinala 30 anos de classificação do monumento como Património Mundial da Humanidade da UNESCO e motiva o regresso aos primeiros discos.
“É um concerto que recupera algum repertório mais antigo, para ser tocado em mosteiro”, explicou à agência Lusa Rodrigo Leão, assumindo na sua música “um lado um pouco espiritual, que pode convidar as pessoas a refletirem”, que será reforçado pela interpretação no monumento.
Este regresso às primeiras músicas é uma “exceção”, admite o compositor.
“A última vez que tocámos repertório mais antigo, foi há dois anos, na Coreia do Sul, há três anos na reedição de ‘Ave mundi luminar’ e, antes, nos concertos no Coliseu, com o coro do maestro Paulo Lourenço”.
Na Batalha, Rodrigo Leão terá como convidada a cantora lírica Ângela Silva, que participou nos primeiros discos, quando o latim era nota dominante nas letras das músicas.
Também Celina da Piedade vai cantar alguns temas. “Os mais populares”, especifica Rodrigo Leão, revelando que, no Mosteiro, serão interpretados duas músicas dos Madredeus, “Guitarra” e “Alfama”.
Esta é a segunda vez que Rodrigo Leão atua no Mosteiro da Batalha, depois de um concerto com os Madredeus, em 1994.
“Foi no ano em que saí dos Madredeus. Ainda me recordo, porque não é todos os dias que se toca num espaço como o Mosteiro da Batalha. Lembro-me muito que gostámos de tocar ali. É um local mágico. Penso que quer a nossa música quer a dos Madredeus se adequa àquele espaço”.
Na Batalha, a arquitetura da nave central do mosteiro, com mais de 30 metros de altura, coloca algumas questões sensíveis ao nível da acústica necessária para um concerto de Rodrigo Leão.
“É preciso um cuidado extremo quando se toca num espaço deste. O nosso técnico de som, Paulo Abelho, passou lá uma tarde a fazer medições para tentar encontrar as melhores soluções. O mosteiro é um sítio que mexe com a forma como os músicos tocam e interpretam as músicas. Nesse sentido, estamos muito entusiasmados em fazer este concerto”.