Os médicos dentistas saudaram a nova técnica de regeneração dos dentes que pode acabar com o uso da broca, considerando que vai contribuir para que, no futuro, alguns tratamentos sejam mais suaves e confortáveis.
“Todos nós, médicos dentistas e doentes, gostaríamos de não usar a broca e de ter outro tipo de processos mais suaves que pudessem reparar os dentes”, reconheceu o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas em declarações à agência “Lusa”.
Orlando Monteiro da Silva comentava o desenvolvimento de uma nova técnica de tratamento dentário, apresentada por investigadores do King’s College of London, que pode vir a acabar como uso da broca no dentista, fazendo com que o dente se regenere a ele mesmo.
“Parece ser um estudo que avança na direção correta e estou certo que daqui a algum tempo será possível ter, nos consultórios, métodos ainda mais suaves e mais fáceis, com conforto para os profissionais e para os doentes”, disse Monteiro da Silva.
O bastonário reconheceu que este avanço tecnológico pode contribuir para diminuir o receio com a visita ao dentista, embora sublinhando que, nas últimas duas décadas, a evolução científica tem permitido que a consulta dentária seja feita praticamente sem dor.
Contudo, alguns procedimentos ainda “são um desafio grande para os doentes”, assumiu Orlando Monteiro da Silva, que vê nesta nova técnica uma forma de contribuir para tratamento ainda menos invasivos em medicina dentária.
“Estou certo de que Portugal estará na linha da frente da aplicação deste tipo de técnica”, afirmou o responsável, lembrando que se prevê que este método só chegue aos consultórios dentro de três anos.
De acordo com a imprensa internacional, a técnica acelera o movimento natural de cálcio e minerais no dente danificado.
Passa por aplicar um ‘cocktail’ de minerais e, em seguida, usar uma pequena corrente elétrica para os acionar em profundidade no dente.
Esta mineralização elétrica, um processo que não induz dor, pode reduzir a cárie dentária e evitar injeções ou a perfuração com as brocas habitualmente usadas para tratar dentes infetados, que são muitas vezes motivo de receio no momento de consultar o dentista.
Contudo, segundo Nigel Pitts, um dos investigadores, a técnica não poderá vir a ser aplicada em grandes cáries, consideradas em “fase terminal”. Citado pela britânica BBC, Nigel Pitts afirmou que foi já criada uma empresa para converter esta tecnologia num produto comerciável e que poderá chegar aos consultórios dentro de cerca de três anos.