O Festival Músicas do Mundo inicia hoje a volta ao globo, com Cláudio Castelo e uma fanfarra do Rajastão, propondo meia centena de concertos, de várias geografias, e outras atividades culturais, que vão prolongar-se até 27 de julho.
O primeiro dia de concertos tem início nas ruas de Porto Covo, que, após quatro anos de interrupção, volta a acolher o primeiro fim de semana do Festival Músicas do Mundo (FMM).
Cabe à Jaipur Maharaja Brass Band, originária do Rajastão indiano, inaugurar a cena musical, às 17:30 (bisando no sábado, às 18:00). Na tradição ancestral das fanfarras que animam nascimentos, casamentos e outras festas, os sete músicos, todos homens, vão tocar metais e percussões, acompanhados por uma bailarina acrobata e contorcionista.
Os espetáculos no largo Marquês de Pombal, no centro histórico da localidade alentejana, começam em português, com o guitarrista Custódio Castelo e a jovem fadista luso-francesa Shina, às 19h00.
São mais seis os nomes de artistas portugueses convidados para o FMM: Ai! (dia 21), Zé Perdigão “Sons Ibéricos” (dia 22), Galandum Galundaina (24), Júlio Pereira (25), Gisela João (25) e The Soaked Lamb (26).
Hoje, a seguir a Custódio Castelo&Shina, vão atuar os franceses KrisMenn e AleM, com uma abordagem contemporânea à música tradicional da Bretanha, e Bachu Khan, outro indiano do Rajastão, com canções de amor em língua marwari.
No sábado, Israel, Irão e Turquia vão suceder-se em palco, mostrando que a música é alheia a conflitos geopolíticos. Istiklal Trio (Israel) e Kayhan Kalhor& rdal Erzincan (Irão/Turquia) preenchem, juntamente com Teta (Madagáscar), as propostas do segundo dia de festival.
Karolina Cicha&Bart Palyga (Polónia) e Cimarrón (Colômbia) são duas das sugestões para domingo, a que se junta a moçambicana Selma Uamusse, que vive em Portugal.
Ao longo do festival, a lusofonia far-se-á ainda ouvir com os são-tomenses Conjunto África Negra (dia 23, 19h00), o angolano Nástio Mosquito (dia 24, 23h15) e a cabo-verdiana Mó Kalamity (dia 25, 02h30).
Durante nove dias, o FMM propõe uma oferta cultural variada, além dos concertos. As ruas serão palco de outros momentos musicais, com o Coro da Achada, do Centro Mário Dionísio, no sábado, às 17h00, em Porto Covo, e o projeto de fusão Yemadas, nos dias 24 e 25, às 18h00, na avenida da Praia, em Sines. Os professores e alunos de música dos vários concelhos do Alentejo Litoral vão poder mostrar a sua arte em doze atuações.
Especificamente dirigidas a músicos são as três conversas previstas para a Escola das Artes do Alentejo Litoral, com Mulatu Astatke (23), Tigran (25) e Muhammad Reza Mortazavi (26).
A literatura e o cinema também fazem parte do programa, que propõe duas conversas com escritores (Afonso Cruz, dia 24, e Alexandra Lucas Coelho, dia 26, ambos às 17h00, no Centro de Artes de Sines) e cinco documentários (“Timnadine Songs”, de Caitlin M. Roger, “Kora”, de Jorge Correia Carvalho, “Hereros Angola”, de Sérgio Guerra, “Dona Tututa”, de João Alves da Veiga, e “Soundbreaker”, de Kimmo Koskela).
Ateliês para crianças, com alguns dos artistas convidados, sessões de contos e até uma aula de biodanza são outras das iniciativas paralelas.
Hoje, às 15h00, no Salão do Clube Desportivo de Porto Covo, o investigador italiano Alessandro Portelli vai estar à conversa com o coletivo lisboeta Unipop, sobre o projeto “Roma Forestiera”, destinado a recolher música feita por migrantes.