O Liberto’s, um dos espaços noturnos mais emblemáticos da noite algarvia, já conta 29 anos. Apesar do tempo, a discoteca nunca deixou de estar na moda. Este sucesso tem um nome: Liberto Mealha, o visionário que criou uma das mais importantes empresas dedicadas à diversão em Portugal.
“Na altura Albufeira era a capital do turismo do Algarve. Comecei um projeto numa zona que não tinha nada, a ação passava-se no centro de Albufeira com 3 discotecas super conhecidas, era aí que tudo se passava. Eu na realidade tive a visão de sair de Albufeira para vir para a zona da Oura, o acesso era de terra batida, havia o Hotel da Oura e praticamente não existia mais nada. Todos me perguntavam porque vinha fazer um investimento desta envergadura nesta área…em boa hora o fiz”, contou Liberto Mealha à Move Notícias, sem arrependimentos na aposta que fez. Tudo começou quatro anos antes do Liberto’s Bar. Há 33 anos atrás inaugurava a discoteca Kiss, que na altura foi um boom nacional, a 1ª grande discoteca feita de raiz para o efeito. “Esse fato provocou um êxodo de gente para esta zona. Considero que o que é a Oura actualmente pode agradecer ao Kiss, pois foi essa discoteca que deu o pontapé de saída para começarem a existir novas casas, novos restaurantes, novas discotecas e o desenvolvimento da zona”, contou o empresário que apesar dos seus 60 anos, não descura os negócios que criou na década de 70.
“Depois senti que havia necessidade de criar um trampolim para o Kiss, ou seja, era importante existir um bar que servisse de ponto de encontro e pensei, depois de ter visto em Ibiza um bar que tinha surgido de uma moradia, criar o Liberto’s. Tive o primeiro disco bar no nosso país, porque queria ter um local onde fosse possível fazer mais do que beber um copo, e ouvir uma música suave. Troquei o piano por uma cabine de dj e as pessoas começam a querer dançar. Dei o pontapé de saída e depois todos os bares seguiram o mesmo conceito. Hoje estou arrependido não pela animação e divulgação, mas porque os bares aos poucos vieram tomar o lugar das discotecas, as câmaras começaram a alargar o período de encerramentos dos bares, e deixou de haver necessidade de procurar as discotecas. Os bares tomaram o lugar das discotecas, portanto aquilo que eu criei e que na altura achei engraçado, virou-se contra mim”, confessou com humor.
“Este ano apostei forte. Tive ao meu lado durante muitos anos um relações públicas que fez um óptimo trabalho nos primeiros 10 anos, mas nos últimos 5, penso que se cansou ou já não tinha soluções. O Liberto’s Bar parecia entrar no esquecimento, então tive que tomar uma atitude e achei que a melhor solução para fazer acordar tudo isto, era trazer a Maya com quem estou extremamente satisfeito, porque ela é uma trabalhadora nata, de uma simpatia e movimentação extrema. Digamos que este ano o Liberto’s Bar está a fazer lembrar tudo aquilo que tem sido durante estes anos todos e que nos últimos anos estava um bocadinho apagado por falta de dinamismo”, contou Liberto Mealha, mostrando-se satisfeito pela decisão tomada para este verão.
Carlo Mealha, filho do proprietário, envolveu-se no projeto há dois anos. Para o jovem gestor, de 27 anos, o objetivo é “dar continuidade ao negócio da família” que passa pela “diferenciação”, uma vez que há muita concorrência a Sul do país. “Para nós, é um desafio mantermo-nos líderes no que diz respeito ao nosso público e ao nosso conceito de uma saída à noite com qualidade. Estamos a falar de serviço, produtos, inovação em termos decorativos, de festas de parcerias, é isso que vamos continuar a fazer num futuro próximo”, acrescentou. Carlo não esconde a admiração que tem pelo pai a quem chama de “self made man”, e espera estar à altura do desafio de levar ainda mais longe o Liberto’s Lounge Club.
Fotos: José Gageiro