O Museu do Brinquedo de Sintra vai fechar portas no final de agosto, após se terem gorado as negociações com o município para a sua continuação, afirmou fonte da fundação proprietária da vasta coleção exposta na vila.
“O museu fecha dia 31 de agorto e temos que sair do edifício, por solicitação da câmara, no final de setembro”, disse à agência “Lusa” João Arbués Moreira, filho do colecionador que, desde 1989, expõe no centro histórico grande parte de mais de 60.000 brinquedos reunidos ao longo de uma vida.
O vice-presidente da autarquia, Rui Pereira (PS), lamenta que a Fundação Arbués Moreira não tenha apresentado uma contraproposta à disponibilidade da câmara para criar um museu municipal, de forma a manter o equipamento aberto, e justificou que o município “está impedido por lei de financiar a fundação”.
“Não podíamos aceitar o protocolo, porque perdíamos o controlo da coleção de brinquedos e tínhamos que despedir os empregados na mesma”, explicou João Arbués Moreira, que criticou o prazo de dez anos do protoloco e da “câmara poder ceder peças do museu a terceiros”.
O filho do criador da coleção considerou que o presidente da autarquia demonstrou não ter interesse no atual museu quando disse que este não podia ser apenas “um armazém” de brinquedos.
João Arbués Moreira adiantou que já recebeu, da Câmara de Lisboa, “uma manifestação de interesse para albergar o Museu do Brinquedo” e que o encerramento em Sintra vai levar “ao despedimento coletivo” de sete funcionários, alguns com 17 anos de serviço no museu.
A Fundação Arbués Moreira anunciou, em 15 de maio passado, que devido a uma acentuada redução de visitantes e na impossibilidade de assegurar a sustentabilidade financeira, o museu “encerrará no dia 31 de agosto de 2014”.
“Não houve qualquer contraproposta da fundação”, afirmou, por seu lado, o vice-presidente da câmara, garantindo “ainda não ter confirmação oficial” da fundação de prosseguir com o encerramento.
“O protocolo diz expressamente que a coleção é da fundação e o prazo seria de dez anos ou por outro período que quisessem”, acrescentou Rui Pereira, que frisou: “Só não podemos pagar dinheiro para expor a coleção, por impedimento legal, como qualquer entidade da administração pública”.
O autarca esclareceu que a câmara recusou que o imóvel continuasse ocupado até ao final do ano, para que seja encontrada o mais breve possível “uma nova ocupação” para o edifício.
A vasta coleção de brinquedos, que representa a História da Humanidade desde o século XVII à atualidade, recebeu mais de 900.000 visitantes e permanecerá encaixotada até encontrar uma nova morada.