O festival de Vilar de Mouros vai regressar em 2015 nos dias 30, 31 de julho e 1 de agosto com um cartaz para chamar público à mítica aldeia do concelho de Caminha, disse à “Lusa” a organização.
“Esta semana já estive a trabalhar no festival do próximo ano. Este foi o ano zero de Vilar de Mouros. A preocupação foi dar garantias às pessoas e aos patrocinadores que o festival tinha regressado. Para o ano o objetivo vai ser trazer público. Vamos tentar encher o recinto”, afirmou Marco Reis o diretor do festival.
A edição 2014 fechou na madrugada de domingo com a banda alemã Guano Apes três dias de concertos no regresso do festival depois de oito anos de ausência.
O presidente da Fundação AMA – Associação dos Amigos dos Autistas afirmou que balanço é “muito positivo” mas admitiu que este ano faltou público ao festival.
“No primeiro dia tivemos cerca de 5 a 6 mil pessoas, no segundo cerca de 10 mil e no terceiro apontamos para 15 mil num recinto que tem capacidade para receber entre 40 a 50 mil pessoas”, sustentou.
Marco Reis sublinhou as “contrariedades” com que se viu confrontada a organização que só conseguiu anunciar o cartaz três semanas antes do arranque do festival.
“Foi muito mau para ser verdade. Foram vários meses muito complicados. A organização sofreu muitas contrariedades, algumas complexas. Tivemos que ser muitos resistentes e persistentes para levar o festival por diante. Pelos menos nos próximos três anos o festival vai regressar e em 2015 nos dias 30 e 31 de julho e 1 de agosto. Já tive reuniões a pensar na edição do ano que vem”, garantiu.
O presidente da Câmara de Caminha, que a par da junta de freguesia de Vilar de Mouros, partilharam a organização com a AMA, afirmou que o balanço do “ano zero” é “positivo” apesar dos “músculos ainda terem pouco aquecimento”.
“As expetativas eram realistas. Sabíamos que romper com oito anos de ausência do festival era muito difícil e com uma organização não profissional. O importante é que Vilar de Mouros voltou e está para durar. Vai voltar para o ano mais forte, mais pujante, com melhor musica e muita mais gente”, rematou.
As receitas do festival, considerado um exemplo de projeto de economia social, reverterão na íntegra para a construção de um edifício, em Viana do Castelo, de apoio a pessoas com autismo.
Com as verbas angariadas no festival, a Fundação AMA pretende construir o edifício multifuncional em Viana do Castelo, para reforçar a capacidade de resposta, que já chega a 150 famílias com casos de perturbações do espetro do autismo.
As obras de construção do edifício, que deverá custar cerca de 3,5 milhões de euros, deverão arrancar ainda este ano.