O tempo que faz lá fora nunca é o tempo que faz dentro de mim. Falo de meteorologia. Gosto do tempo todo. A chuva embala-me o corpo, apetece-me quente. O calor amolece-me a alma, desejo as árvores e a sua sombra. O vento acorda-me os músculos, espevita-me por dentro. O nevoeiro adormece-me os sentidos. A trovoada acorda-me os olhos. Gosto da luz do outono, das manhãs de primavera, das noites de verão, da morrinha do inverno.
Do frio na pele e chegar a um sítio quente. Gosto muito da minha vida cá por dentro, e acho que ela fica agradada com qualquer tempo que faça cá fora. Isto é bom. Nunca estou sentado no constante do mesmo tempo. O meu corpo, o meu dentro, surpreende-se sempre com cada estado de tempo…e a monotonia morre entediada. Sempre gostei das coisas de dentro para fora. Parecem-me sempre mais resolvidas. Neste movimento, quando o meu dentro se confronta com o tempo cá de fora, a surpresa e o agrado são sempre constantes. Experimentem!