Considerado um dos maiores escritores de canções da segunda metade do século XX, Leonard Cohen celebra os 80 anos de vida, e mais de quarenta de música, com um álbum que fala de guerras, religião, amor e morte.
“Popular Problems”, 13º disco de carreira, “reflete o mundo em que vivemos”, afirmou Leonard Cohen esta semana em Londres, num encontro com jornalistas, explicando que o álbum reúne “uma ampla paleta de géneros”, como gospel, country e blues.
Apesar da idade, o músico tem estado mais ativo desde 2008, ano em que encetou uma nova digressão internacional, depois de uma ausência de 15 anos, e editou o álbum “Old Ideas” (2012).
Sobre o novo álbum, marcado por uma característica voz cavernosa e grave, Leonard Cohen afirmou que é atravessado por um sentimento que é identificável por todos: “Toda a gente sofre e toda a gente luta por ser alguém, por ser reconhecido. É preciso perceber que a luta de um é igual à luta de qualquer outro; e o sofrimento também. Creio que nunca se chegará a uma solução política se não se perceber esta ideia”.
“Popular Problems” inclui temas como “Almost like the blues”, “Born in chains”, que admitiu ter demorado décadas a concluir, e “A Street”, escrito logo após os atentados de 11 de setembro de 2011 em Nova Iorque, mas só agora revelado.
Há ainda o tema “Nevermind”, que conta com uma voz feminina a cantar em árabe, representando “os oprimidos” e as vítimas anónimas dos conflitos armados.
Questionado se uma canção pode oferecer soluções para problemas políticos, Leonard Cohen respondeu: “Eu penso que a canção é, ela mesma, uma espécie de solução”.
Leonard Cohen publicou o primeiro álbum, “Songs of Leonard Cohen”, em 1967, já depois de ter feito trinta anos e de ter revelado a faceta literária, em particular com o livro de poesia “Let us compare mythologies” (1956) e o romance “O Jogo preferido”, (1963).