Nascido no Peso da Régua, Mário Daniel descobriu cedo que a magia era mais do que uma brincadeira de criança. E tinha razão! Hoje dá cartas na SIC com “Minutos Mágicos” e também país fora com o espetáculo “Fora do Baralho”. Reconhecido o talento, o artista recorda como é que, aos 16 anos, teve a certeza de que o futuro estava na ilusão: “Um dia, estava junto à porta da cozinha a conversar com a minha mãe que estava a fazer o jantar. Ela mostrava-se preocupada (e, nessa altura, com razão) com a minha falta de dedicação à escola e com a minha dedicação exagerada à magia. Disse-lhe que não se preocupasse, pois iria concretizar a minha licenciatura, com a certeza de que iria sempre viver da magia. Acho que tive muita sorte em descobrir tão cedo a minha verdadeira vocação”.
Promessa feita, Mário licenciou-se em Educação Física, até porque “o desporto sempre foi uma grande paixão”. “Sempre fui irrequieto, quase hiperativo. Aprendi a patinar com 3 anos e fui federado, vários anos, em karaté, basquetebol, ginástica, ténis de mesa e ténis de campo. Ainda hoje faço alguma competição de ténis de campo e sou federado na Federação Portuguesa de Ténis. Por isso, tirar o curso de Educação Física foi uma forma de estudar e saber mais sobre uma área de que tanto gostava. Como não tinha a pretensão de exercer, tirei o curso já a fazer muitos espetáculos, em simultâneo, com o estatuto de trabalhador estudante”, conta com a desenvoltura com que nos brinda com um novo truque.
Com o canudo na gaveta, Mário Daniel entregou-se ao prazer da magia, embora assuma que “não é fácil ser artista em nenhuma área”. “Ter amor, alguma coragem e alguma loucura” são os ingredientes para singrar na profissão escolhida. Somar rendimentos que “permitam viver com dignidade e qualidade de vida” obriga a um árduo trabalho, sendo que, o protagonista em palco conta com uma equipa de confiança. A mulher, Cláudia Pedrosa, é o braço direito, e quem trata das burocracias e pormenores de produção. As gravações do programa “Minutos Mágicos” – já na terceira temporada – juntaram entre 13 a 15 pessoas no projeto, sendo que a realização estava a cargo do irmão de Mário Daniel, Mário Mendes, fomentando “um excelente ambiente de bastidores”.
“Ao fim de tantos anos a fazer espetáculos ao vivo e já com alguns anos de televisão, não é nada fácil referir um truque ou um momento porque são diversos os momentos especiais”, reconhece o mágico, sendo que “a satisfação e o entusiasmo do público são o que dá mais prazer”. Falhar é humano e ele não é exceção: “Penso que não existe nenhum artista de palco que nunca tenha falhado. Um cantor que perdeu a voz ou se enganou na letra, um bailarino que tropeça, um músico que falha a nota ou um humorista que falha a deixa. Já falhei várias vezes, mas é com isso que aprendemos. Por isso é que uma arte de palco não se aprende só em casa, a teoria nunca chega e mesmo a prática em casa não é igual à prática, em cima do palco, em frente a uma plateia. Felizmente nunca aconteceu de forma dramática nem em momentos que pudesse prejudicar, realmente, o percurso percorrido”.
Na manga, Mário Daniel tem atuações marcadas para o Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego (13 setembro), no Teatro Aveirense, em Aveiro (20 setembro), e Teatro da Trindade, em Lisboa (25, 26, 27 e 28 de setembro), sempre com o desejo de poder fazer desaparecer “o desemprego”.
Fotos: Divulgação