Por estes dias, amar e relacionar virou coisa de pessoa brava e corajosa.
Saber o que alguém quer hoje e, sobretudo, nos próximos dias não é coisa fácil, isto porque se pensa no que se pode deixar de ganhar… Embalar e manter a porta entreaberta a toda uma panóplia de possibilidades é digno de qualquer moderno saltimbanco apaixonado.
É que hoje ninguém assume nada e todos se estão a conhecer… À priori, permite-se fazer o que apetecer com quem apetece e quando apetecer. Assim vai o mundo!
Depois vem as excepções que são também a regra.
Tudo deseja livrar-se desses malfeitores do amor, mas adoram o seu espaço, e dando-o, também o têm…
O que é feito daqueles que não têm medo dizer que gostam (com sentimento verdadeiro)? Sem medo de um novo mundo e de deixar de estar acomodado a relações ou à solidão imposta…
Sem medo do novo ou de pensar que o antigo é que era bom e insubstituível…
Sem medo de voltar a acreditar, sabendo que será diferente, mas também não tem de ser igual…
Sem medo de se voltar a decepcionar…
Sem medo de relacionamentos onde se põe as culpas em alguém que não tem nada a ver com o passado, sem culpar o passado pelo presente e este por aquele…
Medo porquê? Todos sabemos como acaba, quando acaba, e o purgatório que nos está destinado. A vida antes até era um inferno, mas sente-se a falta… a separação traz egoísmo, a angústia e o sofrimento, esquecendo o que eram os defeitos. Perder para outro/a e pensá-la/o em abraços alheios é o que mais dói!
De início, esperam-se SMS, relêem-se mensagens de juras de amor… chora-se ao som de músicas e lembranças…
Depois, ainda se espera embora não se mantenha o telefone como se fizesse parte de nós…
Apagam-se os SMS mas continua-se à espera.
Depois vem a recaída, com lembranças…
Finalmente conhecem-se novas pessoas, continua-se à espera, mas já se abrem os braços para o mundo…
E volta tudo ao início… a um novo começo!
É tudo normal para quem tem sentimento… tomara a muitos terem esta capacidade…é que dar, é só para alguns.
Às vezes é necessário perder pessoas, nem sempre é o fim do mundo abandonar o que nos faz mal ou, já não nos faz tão bem…
Pode voltar a não dar certo, mas só arriscando se pode saber.
É que ninguém precisa de restos para ser feliz…
Vou ali, tirar um apontamento… Até terça!
