Obras de cerca de 40 artistas contemporâneos portugueses, que fazem parte da Coleção Navacerrada de arte contemporânea internacional, compõem uma exposição que arranca no final desta semana, na localidade madrilena de Alcobendas.
A mostra, com o título “Acervo: Artistas portugueses na coleção Navacerrada”, acompanha a criação dos últimos 15 anos em Portugal, mostrando, segundo a comissária Mónica Alvarez Carega, “as possibilidades de mediação da obra de arte no contexto social”.
Obras de artistas como Helena Almeida, Ângela Ferreira, José Pedro Croft e Rui Chafes estão integradas na exposição, a par de obras da denominada geração 25 de Abril, na qual se enquadram criadores como Ana Cardoso, Pedro Barateiro, João Pedro Vale e Vasco Araújo, e de novos talentos como Rui Pedro Jorge ou Ana Santos.
Segundo explicam os organizadores da mostra, que decorre no Centro de Arte de Alcobendas, a ideia do acervo procura explorar os “diferentes significados da palavra acervo”, em português e espanhol.
“Em português o acervo é, por exemplo, o conjunto das suas obras. Em espanhol também significa tesouro, alvo valioso e apreciado por todos e, como frequência imaterial”, referem em comunicado.
Constituída pelo colecionista José Manuel Navacerrada, a coleção propõe uma “reflexão mais ampla e duradoura sobre o património cultural e a sua capacidade para iluminar as inquietudes presentes”.
Reflete, explica, “a integração dos criadores portugueses num contexto artístico internacional, em que a formação dos artistas em residência no estrangeiro ou a sua participação em bienais impede qualquer noção de arte portuguesa se se refere a outra coisa que não seja a nacionalidade dos artistas”, considera.
Sem pretender seguir uma temática ou uma tendência, a coleção dá a cada autor “a sua voz diferente”, como artistas antropólogos “reunidos depois pelo colecionador”, num acervo cultural que “trás sentido pela particular eloquência das numerosas vozes que engloba”.
