A Sociedade Portuguesa de Pediatria considera a vacina contra a meningite tipo B, infeção que pode ser letal, como a “única forma de proteção contra a doença”, indicando que pode ser administrada a todos os lactentes, crianças e adolescentes.
Comercializada há poucos meses em Portugal e com um custo unitário de 98,36 euros, esta vacina contra a meningite tipo B não está incluída no Programa Nacional de Vacinação nem tem qualquer comparticipação, sendo um medicamento sujeito a receita médica.
Em resposta à agência “Lusa”, a direção da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) indicou que a vacina 4CMenB (cujo nome comercial é Bexsero) é «”tualmente a única disponível para prevenção da doença invasiva” conhecida como meningite tipo B.
A Comissão de Vacinas da Sociedade de Infecciologia da SPP analisou esta vacina, considerando que “é imunogénica e segura em lactentes, crianças e adolescentes”.
“Mesmo desconhecendo-se com precisão qual será a percentagem das estirpes circulantes em Portugal cobertas pela vacina, ela é, atualmente, a única forma de proteção contra a doença invasiva meningocócica tipo B”, refere a recomendação.
A Direção-Geral da Saúde encontra-se ainda a analisar a vacina, nomeadamente para perceber a sua adequação à bactéria que geralmente circula em Portugal. “Estamos a estudar a vacina propriamente dita e a tentar perceber se a que existe se adequa à nossa bactéria”, declarou à “Lusa” a subdiretora-geral da Saúde Graça Freitas.
Na sua recomendação, a Comissão de Vacinas da Sociedade de Infeciologia da SPP refere que a vacina mostrou ser segura e induzir memória imunológica em todos os grupos etários.
Já os efeitos secundários esperados, como febre e reações locais, “têm uma incidência semelhante às vacinas” do Programa Nacional de Vacinação.
Segundo o esquema vacinal aprovado pela Agência Europeia do Medicamento, a vacina contra a meningite B requer duas ou quatro doses, com intervalos mínimos de um a dois meses, dependendo da idade da criança a vacinar.
A taxa de letalidade da meningite situa-se entre os cinco e os 14 por cento, sendo que 11 a 19 por cento sobrevivem com alguma sequela a longo prazo.
Em Portugal, de acordo com os dados mais recentes analisados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em 2011 mais de 70% dos casos de meningite pertenciam ao tipo B.