O pequeno auditório do Rivoli Teatro Municipal, no Porto, vai receber entre os dias 17 e 19 de outubro a primeira Mostra Internacional de Cinema Antirracista, que vai exibir 11 filmes, entre os quais três estreias em Portugal.
O evento, que vai ser apresentado hoje às 19h00, é uma iniciativa de entrada livre do SOS Racismo em parceria com a Fare Network e que conta com o apoio da Câmara Municipal do Porto.
A Mostra Internacional de Cinema Antirracista vai abrir, às 21h00 de sexta-feira, dia 17 de outubro, com “Kunta”, de Ângelo Torres, e “SOS Save Our Souls”, de Raquel Freire, realizadora que vai participar no debate que se seguirá.
No dia seguinte, serão projetados filmes entre as 14h00 e às 21h15, entre os quais “Without a Chance”, de István Gábor Takács e Ádám Surányi, uma estreia nacional produzida pela União de Liberdades Civis da Hungria sobre “as violações mais comuns que as pessoas Roma sofrem” naquele país.
O último dia do evento vai contar com a estreia em Portugal do documentário “Who is Dayani Cristal”, um dos mais recentes projetos do ator mexicano Gael García Bernal, com o realizador Marc Silver, cuja sinopse indica que a história parte de “um cadáver anónimo no deserto do Arizona que enceta um drama humano real”, tratando de descobrir quem é a pessoa em causa e “os que foram deixados para trás”.
Depois, vai ser exibido “Il Piccolo Calciatore”, de Roberto Urbani, que vai estar presente para o debate posterior, que vai contar também com um representante da Fare e um elemento de uma organização antirracista italiana.
“Nós já tínhamos pensado há algum tempo em aparecer noutro tipo de espaços e, sobretudo, utilizar o cinema para criar espaço de debate sobre o tema do racismo e da imigração. Não tínhamos era condições, sobretudo económicas, para esse efeito”, explicou à “Lusa” Nuno Silva, do SOS Racismo.
O dirigente da organização não-governamental afirmou que a intenção do SOS Racismo é que a mostra passe a ser um evento anual, que inclua também um concurso de curtas-metragens direcionado para as escolas de cinema.
“Como não temos nenhuma expectativa de lucro (devido às sessões serem gratuitas), tudo vai depender sempre da nossa capacidade de recolha de fundos”, disse Nuno Silva.