Tanto se tenta fazer que já tanto faz…
Antigamente existiam “carpideiras”. Carpideira é uma profissional feminina, cuja função era chorar para um defunto alheio. A carpideira, a troco de dinheiro, chorava e mostrava os seus prantos sem nenhum sentimento, grau de parentesco ou amizade.
Nos dias de hoje, as redes sociais servem uma cambada de gente como se de carpideiras se tratassem… quer sejam homens ou mulheres.
A intenção agora é ser-se notado, o que também ajuda a ser visto como um ser bondoso, clemente, humanitário, nobre, santo…
Se o defunto for figura pública, nem que seja uma foto “roubada” fica sempre bem mostrar…
Nestes tempos, quem sofre não tem tempo nem alento para se lembrar de posts nem sequer capacidade para fazer testamentos de alma para mundo ver…
É então que tudo a mente apaga! Basta o infortúnio da morte para que tudo se esqueça…
De imediato volta tudo ao mesmo, movidos por um alzheimer fulminante é esquecido o luto instantâneo que já surtiu o efeito e urge continuar a dar bom e rentável uso às redes sociais.
Apenas as casas de diversão nocturna e restante comércio ficam “às moscas” porque ninguém saia e se diverte.
Escrever ao mundo é uma forma de terapia, dirão… Que necessidade é esta que os torna dependentes de serem assessores de imprensa pessoais?!
Sou, por isso, compelido a pedir desculpa aos meus amigos e conhecidos das redes sociais por não me vender minuto a minuto, com o que faço ou vou fazer, com o que sinto ou, simplesmente para não ser esquecido. Guardar o melhor para nós pode não cair bem, mas ouso fazê-lo.
Vou ali, carpir…tirar um apontamento… Até terça!