Tozé Santos e Sá

Advogado

Os pajens!

Pajem é, por definição, um serviçal, um lacaio, um criado, um ser decorativo. Os pajens modernos são basicamente o mesmo quanto à função, só atenuado pelo que querem fazer transparecer e mostrar.

Sofrem da síndrome do aparecer, uma enfermidade mais maligna que o ébola, e são pessoas interesseiras, traiçoeiras que trocam de mestre consoante a sua notoriedade momentânea.
O seu estatuto, imposto e forçadamente adquirido, dá direito a exercer inúmeras tarefas, principalmente de passar o dia-a-dia ao lado do seu ídolo, pagar-lhe o jornal ou o café, quem sabe até viagens.

Forçosamente tem de ter carro para ser taxista e levar a dita personagem a todo o lado, esperando por ela, deixando-a à porta dos eventos enquanto ele estaciona veículo. Tem como obrigação pagar a gasolina e as portagens, despesas que a “vedeta” vai buscar, entregando as facturas a quem a convida.

Alem disso, as suas competências acrescem também as babysitters e a ocultar as infidelidades conjugais, ajudando assim no seu sucesso da dita “vedeta”.

São seres dedicados e disciplinados não vão eles perder as boas graças do seu mestre social, pelo menos ate arranjarem vida própria (e pensarem também em ser vedetas) ou servirem de pajens a outro cromo mais importante e visível. Colam-se a tudo…

Normalmente são gays ou pessoas com problemas do foro psicólogo de difícil compreensão. São considerados uns coitadinhos, sem vida própria, com objectivos lícitos que atingem através do ditado “uma mão lava a outra”. É uma opção de vida…

No seu manual de actividade também constam fotografias com a dita e outras pseudo figuras públicas, para postar e ter como foto de perfil nas redes socais. Dar muitos beijinhos e abraços, simpatizar com todos publicamente, é algo que aprendem na primeira aula.

Ser pajem de pseudo já dá estatuto. Quase que ganham vida própria… Pajens cheios de moral que lá na terra deles também têm os seus servos, porque aí, são eles as figuras irritantes e arrogantes…No fundo, a máxima é: Até podem querer-te ver bem mas nunca melhor que eles, o que se manifesta na guerra silenciosa de palavras nas costas…

Conhecem algum? Nada como passear descontraidamente pelos eventos que vão acontecendo por aí para identificar dois ou três.

Qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência…

O mundo ainda tem muita volta para dar.

Vou ali, pajear e tirar um apontamento… Até terça!