A questão dos bens materiais sempre me inquietou. Quanto mais temos, mais queremos ter. Tenho uma admiração profunda por quem sabe viver com pouco e com pouco se alegra, genuinamente. Conheço quem diga querer pouco e no fundo se indigna quando o pouco lhe bate à porta. Eu gosto de ter, do ter, e imagino-me com muita dificuldade face à privação. Não se trata de viver em pobreza, para essa questão haveria outras palavras, trata-se de saber viver com o suficiente para ser feliz, onde a qualidade de vida se reflete naquilo que tens e com o qual podes construir a tua felicidade. Claro que tudo joga na escala individual, na classe social em que te moves, no teu meio laboral.
Mas… saber viver com menos e celebrar o que não é palpável, não será isto viver bem? Conheço milionários, com sucesso no trabalho, que me choram baba e ranho porque não encontram o amor da vida, e vivem apavorados por envelhecerem sozinhos. Conheço também quem tenha o amor entre paredes, mas as paredes têm buracos que deixa o vento entrar. Pois…ficamos pelo meio termo, para a história ser ideal. É coisa que não sei se existe.
José Mujica é o presidente do Uruguai até Março. José Mujica é tido como o presidente mais pobre do mundo, porque decidiu assim ser. Sugiro que façam uma busca sobre este senhor. O presidente que nos diz: Não sou pobre, sou sóbrio, vivo com o suficiente para que as coisas não me roubem a liberdade. Tudo dito!