José Sócrates deixou o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, em Moscavide, por volta das 8h30 e às 8h45 já se encontrava no no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa. O advogado do ex-primeiro-ministo, João Araújo, disse ontem que o interrogatório judicial ao ex-primeiro-ministro prossegue hoje, a partir das 9h15, no TCIC.
Sócrates passou a terceira noite consecutiva no Cometlis para onde foi transportado depois de abandonar as instalações do TCIC, cerca das 21h45.
João Araújo indicou que o interrogatório “está a correr muito bem” e que o antigo chefe do Governo tem prestado todos os esclarecimentos ao juiz Carlos Alexandre.
José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite, quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Os outros três arguidos neste processo, o empresário Carlos Santos Silva, que foi administrador do grupo Lena entre março de 2008 e outubro de 2009, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna, detidos na quinta-feira, regressaram hoje ao estabelecimento prisional junto da Polícia Judiciária, para pernoitarem.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), as quatro detenções aconteceram no âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual se investigam “suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção”.
Esta é a primeira vez na história da democracia portuguesa que um antigo primeiro-ministro é detido para interrogatório.
José Sócrates, 57 anos, chefiou o Governo entre 2005 e 2011.
