Aplicações para smartphones que medem a pressão sanguínea podem ser prejudiciais para o controlo da hipertensão, revelou um estudo publicado na “Sociedade Americana de Hipertensão”. Segundo os autores, muitos destes programas não foram testados cientificamente e podem dar resultados errados, imprecisos e, por isso, potencialmente perigosos.
Os pesquisadores analisaram 107 aplicações famosas para o controlo hipertensão disponíveis para download no Google Play e na Apple e constataram que três quartos ofereciam ferramentas úteis para acompanhamento de dados médicos. No entanto, somente 2,8% foram desenvolvidos com a ajuda de instituições de saúde, como universidades. Além disso, os pesquisadores encontraram sete aplicações para o sistema Android que instruíam os usuários a pressionar o dedo na tela ou na câmara do celular para medir a pressão sanguínea, mecanismo que os cientistas consideram enganoso.
Algumas destas aplicações chegaram a 2,4 milhões de downloads. “Esta tecnologia ainda está em fase de pesquisa, não está pronta para uso clínico”, disse Nilay Kumar, da universidade de medicina de Harvard e principal autor do estudo.
Por outro lado, de acordo com os estudiosos, estas aplicações podem ajudar a pessoa a armazenar o seu histórico de saúde. A maior parte (72%) dos mais populares permitia aos usuários acompanhar os seus dados médicos e cerca de um quarto oferecia a opção de exportar as informações diretamente do consultório médico.
Após os autores concluírem o estudo, ressaltam a necessidade de uma regulamentação urgente para esse tipo de serviço.
