Saúde & bem-estar

Estudo avalia o papel da aspirina na prevenção cardiovascular

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima uma mortalidade anual por doenças cardiovasculares, em todo o mundo, ao redor de 25 milhões de pessoas no ano de 2030. Desta forma, a prevenção das doenças cardiovasculares tornou-se uma importante prioridade de saúde pública.

Um estudo japonês avaliou o efeito de doses baixas de AAS (ácido acetilsalicílico, comercialmente conhecido como aspirina, Somalgin, entre outros nomes) na prevenção primária de eventos cardiovasculares em idosos com fatores de risco para aterosclerose. Os pacientes do estudo eram do contexto de prevenção primária, ou seja, não tinham histórico de eventos cardiovasculares prévios como o enfarte do miocárdio (ataque cardíaco) ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral).

Cerca de 14 mil idosos (idade entre 60 e 85 anos) com pelo menos um fator de risco cardiovascular como hipertensão arterial, diabetes ou dislipidemias (anormalidades do colesterol) participaram netse estudo. Metade usou o AAS e a outra metade não.

O desfecho primário avaliado foi o combinado de eventos cardiovasculares: enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) ou morte cardiovascular. Os investigadores observaram que após cinco anos de acompanhamento, o desfecho primário foi semelhante entre os dois grupos. Efeitos adversos gastrointestinais, incluindo desconforto abdominal, azia, úlcera, gastrite, esofagite e hemorragia digestiva, foram mais comuns no grupo de pacientes que utilizaram o AAS.

Os autores concluíram que o uso do AAS não associa se a uma redução de eventos cardiovasculares em idosos com fatores de risco para aterosclerose e sem eventos cardiovasculares prévios num período de cinco anos de seguimento.

As recomendações atuais das diretrizes médicas de não indicar rotineiramente o AAS na prevenção primária devem se manter com o resultado desse estudo japonês.

A utilidade do AAS na prevenção secundária, ou seja, em pacientes com histórico prévio de complicações cardiovasculares é indiscutível, por isso, a utilização dessa medicação nesses pacientes é fundamental na prevenção cardiovascular.

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