A comunidade médica tem estado a alertar há anos sobre os problemas que podem advir para quem costuma usar tablets ou e-readers luminosos para ler antes de dormir. Agora a Escola de Medicina de Harvard entrou no tema e faz coro às demais universidades.
Um estudo simples de Harvard demonstrou que a luz emitida por esses dispositivos tem um efeito direto sobre o sono, podendo desregular algumas funções do organismo, como o relógio biológico.
Para chegar à conclusão, os investigadores estudaram 12 pessoas durante duas semanas, dando um iPad a metade delas e um livro a outra metade durante cinco dias e, depois, invertendo esse quadro. As pessoas deveriam fazer leituras pouco antes das 22h00, ou seja antes de dormir.
Os resultados mostram que os dispositivos luminosos fizeram os voluntários dormir, em média, dez minutos depois do normal; também tiveram mais dificuldade para dormir profundamente e acordar na manhã seguinte. Testes laboratoriais indicaram ainda uma queda na quantidade de melatonina, a hormona do sono.
O líder da pesquisa, Charles Czeisler disse à BBC que o problema é que a luz dos tablets e e-readers é direcionada diretamente contra o olho do utilizador. Com o livro, a luz é apenas refletida da folha – o que também ocorre em e-readers como o Kindle original, que não tem iluminação.
Como o estudo foi conduzido num ambiente controlado, com horários inflexíveis e uma amostragem pequena, os resultados precisam de ser observados com cautela. De qualquer forma, apontam numa direcção que já foi dada por outras pesquisas.