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Mulher de Clooney diz que Egito ameaçou prendê-la

A advogada Amal Clooney, mulher do ator George Clooney, afirma ter sido ameaçada de prisão pelas autoridades egípcias em fevereiro do ano passado, quando estava prestes a publicar um relatório crítico sobre o sistema judicial daquele país.

Numa entrevista ao jornal “The Guardian”, Amal Clooney, que se tornou desde então na representante legal de um dos jornalistas da Al-Jazeera detidos no Cairo, avançava no relatório elaborado em nome da International Bar Association que o sistema judiciário egípcio devia ganhar independência.

“No momento do lançamento deste relatório, eles começaram por nos impedir de o fazer no Cairo. Perguntaram: ‘O relatório critica o exército, o sistema judiciário ou o Governo?’, e nós respondemos: ‘Sim’. ‘Então nesse caso, arriscam-se a ser presos’, disseram-nos'”, contou. O relatório foi publicado a 10 de fevereiro, em Londres.

A mulher do ator norte-americano falava após a decisão de quinta-feira da Justiça egípcia de ordenar um novo julgamento para os três jornalistas da Al Jazeera, presos no país há um ano.

Condenados a penas entre sete e dez anos de prisão, o egípcio-canadiano Mohamed Fadel Fahmy, defendido por Amal Clooney, o australiano Peter Greste e o egípcio Mohamed Baher são acusados de apoiar a irmandade islamista dos Irmãos Muçulmanos e permanecem detidos.

De acordo com Amal Clooney, os três homens são vítimas de um sistema em que os juízes são nomeados pelo Governo. Quanto ao novo julgamento, Amal Clooney não está confiante: “Se o princípio é o de que houve erros, mas o novo julgamento vai assentar nas mesmas bases do primeiro, então este não vai significar grande coisa”.

A advogada acredita na possibilidade de expulsão do seu cliente egípcio-canadiano do país, conforme permite uma nova lei promulgada em novembro. “A partir do momento que há um desejo real de avançar em ambos os lados, não vejo porque razão não poderia ter lugar uma expulsão muito rapidamente”, disse.

Amal