A mulher que mencionou o príncipe André de Inglaterra num processo de alegados abusos sexuais, e que declarou ter sido mantida como “escrava sexual” de um bilionário, disse que não vai ser silenciada.
A queixosa, que mantém o anonimato, é identificada nos documentos processuais como “Jane Doe n.º3”, declarou ao jornal britânico “The Guardian” que se recusa a ser “injustamente vitimizada novamente” depois de o Palácio de Buckingham, a residência oficial da família real britânica, ter publicamente negado, e de forma veemente, as acusações imputadas ao príncipe André, duque de York.
A mulher norte-americana alegou, num documento apresentado num tribunal em West Palm Beach (Florida), que foi mantida como “escrava sexual” pelo bilionário Jeffrey Epstein quando era menor de idade. No documento, a denunciante, assegurou que foi forçada “em repetidas ocasiões” a ter relações sexuais com o duque de York entre 1999 e 2002.
Os alegados abusos terão ocorrido em residências de Epstein em Nova Iorque, Londres, Florida, Novo México e nas ilhas Virgens.
A mulher referiu que o banqueiro Jeffrey Epstein, amigo pessoal do príncipe André, a apresentou a “amigos ricos e poderosos” como uma “escrava sexual”.
Em 2008, Jeffrey Epstein foi condenado e cumpriu uma pena de prisão por ter pago para ter relações sexuais com uma menor.
“Trata-se de um longo processo civil nos Estados Unidos, no qual o duque de York não está envolvido”, assegurou uma porta-voz do Palácio de Buckingham. “Por isso, não podemos comentar nada ao pormenor. No entanto, para evitar qualquer tipo de dúvida, qualquer sugestão de ações inadequadas com jovens menores de idade é categoricamente falsa”, acrescentou.
Também outro homem envolvido no caso, e nomeado pela vítima no processo, negou as acusações.
Alan Dershowitz, um dos advogados de defesa de Epstein com quem a queixosa foi alegadamente forçada a manter relações sexuais quando era menor de idade por diversas vezes, declarou à agência de notícias francesa AFP que a história “foi inventada”.
Numa declaração enviada ao “The Guardian” através dos seus advogados, a mulher afirmou: “Este tipo de ataques agressivos contra mim são precisamente a razão pela qual as vítimas de abuso sexual habitualmente permanecem em silêncio, e a razão pela qual eu o fiz por muito tempo. Essa tendência deve mudar. Não vou ser forçada a voltar a estar em silêncio”.
O príncipe André é o terceiro filho da rainha Isabel II de Inglaterra, sendo neste momento o quinto nome na linha de sucessão ao trono britânico.