A pintura “Baco, Vénus e Cupido”, de Rosso Fiorentino (1494-1540), proveniente do Museu Nacional de História da Arte do Luxemburgo, vai ser exibida no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, a partir de 22 de janeiro.
De acordo com o MNAA, esta obra do artista do século XVI, que não está representado em nenhum museu nacional do país, vai ser exibida no âmbito do ciclo “Obra Convidada”, e ficará patente até 18 de maio.
Na Florença da segunda década do século XVI, Pontormo (1494-1556) e Rosso Fiorentino (1494-1540) foram os principais artistas de um movimento que explorou um estilo de pintura muito sofisticado na composição e na expressão, a que se convencionou chamar Maneirismo, assinala o MNAA.
A corrente, assim designada ainda nessa época, “espelhava várias atitudes: um certo divórcio entre a natureza e o estilo, um elogio da invenção e do talento sem esforço, um anticlassicismo que se servia das próprias normas da representação clássica, uma arte cortesã em estreita ligação com os ideais e as excentricidades de uma clientela culta”.
Sobre os maneiristas, o museu aponta ainda que o século XIX não foi apreciador deste estilo, acusando a pintura de ser uma “representação de efeitos sem causa, de movimento e de esforços musculares sem necessidade”.
“Hoje, ao contrário, esta pintura, caprichosa e vulnerável, complexa, artificiosa e despropositadamente bela, é bem compreendida e os mestres que a protagonizaram muito apreciados pelo seu génio, ousadia e liberdade criativa”, aponta.
Francisco I, rei de França, convidou Rosso Fiorentino a ir para Paris em 1530, como seu primeiro pintor de corte, e o artista dedicou toda a última década da sua carreira aos grandes trabalhos de decoração dos novos espaços do Palácio Real de Fontainebleau.
Os temas eram sobretudo mitológicos e da literatura da Antiguidade Clássica.
Iniciado em 2013, com uma obra de Lucas Cranach, o Velho (1472-1553), vinda do The Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, o ciclo de exposições designado por “Obra Convidada” tem vindo a apresentar no MNAA algumas obras de arte de grandes museus estrangeiros.