Nem sei o que será pior nas estradas de Portugal. Se a terceira idade que nada vê e já pouco anda, a não ser pelo meio das estradas de duas faixas – os empatas, se as mulheres, sempre tão afoitas ao que é seu e não dando um palmo para que outros possam passar. É vê-las agarradas à “regueifa” com medo que alguém as ultrapasse ou que entre na sua faixa de rodagem, que entendem ser de sua exclusiva pertença. Coitadas, ninguém lhes ensinou a dar prioridade, que o carro tem travões, ou que é lícito deixar passar um carro de vez em quando.
Existem ainda os miúdos armados em corredores, só porque meteram um escape no carro que faz o barulho de um trator.
Mas o que mais irrita, mesmo, é a falta educação das pessoas, que se reflete enquanto condutores e peões.
É ver os peões a atravessar a estrada como se o verde estivesse sempre para eles. Sem olhar, fora ou na passadeira, e atravessando a rua na diagonal, a mancar ou como se estivessem numa passerelle, exibindo toda a sua calma. E que ninguém lhes diga nada. Até parece que procuram um atropelamento para ver se recebem algum.
Mas o reflexo desta sociedade é bem patente nos carros em segunda fila, alguns com lugar para estacionar, mas que o seu dono entende ser mais útil ficar no meio da rua. Os outros que se desviem e que não digam nada, senão são insultados. Afinal, “dá para passar”.
Onde anda a polícia? Só preocupada em operações stop “à má fila”.
E vai continuar o desrespeito e sobranceria de quem anda na estrada e nem devia ter carta.
Já nem falo dos que conduzem bêbados, porque esses, felizmente, são os únicos que ainda vão tendo punição, ainda que não tão severa quanto a devida.
Que saudades do tempo em que não haviam tantos carros.
De que adianta ter um dos melhores parques automóveis da europa se não sabemos estar atrás do volante?
Que pena não ter um carro velho para raspar em todos estes educados condutores. É que, cada vez me convenço mais que neste país só vinga a justiça feita pelas próprias mãos.
Vou ali, à selva, tirar um apontamento… Até terça!