Um dos três suspeitos do ataque de quarta-feira ao jornal satírico “Charlie Hebdo”, em Paris, entregou-se à polícia, segundo fontes policiais citadas pela AFP.
De acordo com a mesma agência noticiosa, o suspeito que se entregou é o mais novo dos três, chama-se Hamyd Mourad e tem 18 anos. Entregou-se na esquadra de Charleville-Mézières, na região de Champagne-Ardenne, a 232 quilómetros da capital francesa, por volta das 23h00, “depois de ter visto o seu nome a circular nas redes sociais”.
“Foi detido e colocado sob custódia”, confirmou uma das fontes policiais, sem mencionar a nacionalidade do jovem. Porém, o rapaz tem um álibi. Na hora do ataque à redação do jornal encontrava-se no liceu numa cidade da região parisiense, o que teria sido já confirmado.
A polícia francesa divulgou entretanto um apelo na procura pelos outros dois suspeitos: Chérif Kouachi e Said Kouachi, os dois irmãos de 32 e 34 anos.
O apelo online pede a todos os que saibam algo sobre os dois irmãos que contactem as autoridades. “Pedimos a todas as pessoas que tenham informações que possam permitir a localização dos dois indivíduos das fotografias que contactem o estado-maior da polícia judiciária de Paris através do número verde ou do site. Estas pessoas, suspeitas de estarem armadas e serem perigosas, são alvo de mandatos de captura do Parquet de Paris por causa dos crimes cometidos no dia 7 de janeiro sob o jornal Charlie Hebdo”.
Os irmãos Kouachi têm nacionalidade francesa e já estavam referenciados como jihadistas pelos Serviços Secretos franceses. Segundo o “Libération”, os irmãos Kouachi foram abandonados pelos pais, de origem argelina, quando eram crianças. Cresceram na cidade de Rennes mas, mais tarde, mudaram-se para Paris.
Entretanto,foi revelada a lista completa das vítimas mortais:
– Charb, alcunha de Stéphane Charbonnier, 47 anos, cartoonista e diretor do jornal “Charlie Hebdo”;
– Cabu, Jean Cabut, 76 anos, cartoonista, considerado um dos melhores profissionais da área em França e um dos pilares do jornal. Também trabalhava para o jornal “Le Canard Enchaîné”;
– Georges Wolinksi, 80 anos, cartoonista, nos anos 60 integrou a revista satírica Hara-Kiri e mais tarde tornou-se numa das figuras principais do “Charlie Hebdo”;
– Tignous, ou Bernard Verlhac, 57 anos, cartoonista, trabalhava para o “Charlie Hebdo” e para a “Fluide Glacial”;
– Bernard Maris, ou “Oncle Bernard” (Tio Bernard), 68 anos, economista, cronista no “Charlie Hebdo” e acionista do jornal;
– Philippe Honoré, 73 anos, cartoonista no jornal;
– Michel Renaud, fundador do diário de viagem “Clermon-Ferrand”, foi chefe do gabinete do governador da capital de Auvergne;
– Franck Brinsolaro, 49 anos, polícia que fazia proteção ao diretor do jornal, Charb;
– Ahmed Merabet, 42 anos, polícia, membro da brigada VTT, uma brigada de polícias em bicicleta do distrito 11.
– Mustapha Ourrad, corretor;
– Fréderic Boisseau;
– Elsa Cayat, psicanalista e colunista;