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“Charlie Hebdo” regressa aos quiosques na quarta-feira

O jornal satírico vai regressar às bancas na quarta-feira, quase dois meses após o ataque que dizimou a redação da publicação.

Corinne Rey, a desenhadora conhecida como “Coco”, sobrevivente do ataque de 7 de janeiro, explicou à “Lusa” que os colaboradores do “Charlie Hebdo” estão “sob proteção” (policial) e lembrou que “as ameaças contra Zineb El Rhazoui, contra Riss e contra o próprio jornal continuam presentes”, mas insistiu na necessidade de “não ceder ao medo”.

“Não estávamos preparados para este tipo de acontecimento, não é humano. O que nós vivemos deixa-nos um pouco céticos, mas não vai impedir a liberdade de expressão porque o que eles queriam era calar-nos. Digo não ao medo. Claro que isso não trava a angústia porque vivemos um choque traumático. Porém, não temos medo”, descreveu.

“O Charlie Hebdo é como uma família. Continuamos por nós, pelo jornal, mas também por eles – os colegas e os amigos que nos deixaram. É o que eles teriam feito e quereriam que fizéssemos, sem dúvida alguma”, acrescentou.

Os desenhos para a próxima edição foram escolhidos na sexta-feira passada e “Coco” preparou “uma coluna sobre o processo Dominique Strauss-Kahn em Lille”, o mediático julgamento do antigo diretor do Fundo Monetário Internacional que enfrenta a acusação de proxenetismo agravado.