Foi em 2002 ao participar no 1º Festival de Standup em Braga que as portas do mundo do espetáculo se abriram para João Seabra, este evento levou a que fosse convidado para participar no “Levanta-te e Ri” e depois nunca mais parou.
Para trás ficaram os computadores – é formado em Matemática e Ciências de Computação – e começou a percorrer a estrada para levar o humor a todos os cantos de Portugal. “As coisas surgiram por acaso e quando percebi que podia ser profissional decidi ir por esse caminho. Não me arrependo da decisão e nunca pensei chegar onde cheguei”, confessou.
João Seabra, de 43 anos, não tem receio de enfrentar o público sozinho. “As pessoas quando vão ver um espetáculo de comédia já estão predispostas a rir. Mas é claro que temos mais responsabilidade quando trabalhamos sozinhos”, referiu à Move Notícias, que assistiu à performance do humorista no Casino de Espinho, no último fim de semana.
Além do “Levanta- te e ri”, passou por outros programas, nomeadamente pelo “Bolhão Rouge” do Porto Canal, e lamenta que os programas de humor tenham sido excluídos da televisão portuguesa: “Todos os canais são muito iguais, os programas da tarde dos números de telefone, as novelas e os reality shows… não há mais nada. Apesar de tudo, o humor continua a ser a arte pobre e pensam que é fácil. Como em todas as outras áreas há um trabalho, é preciso aprender e além disso há que ter o dom”.
João Seabra não tem dúvidas que se “banalizou” a profissão. “Surgiram muitos humoristas, mas nem tudo é bom. Há muita gente a vender gato por lebre”, opinou. Criar um espetáculo não é fácil, mas é desafiante: “Há alturas em que as ideias surgem muito facilmente, outras vezes não surge nada. Mas é muito bom olhar em volta e estarmos atentos ao que se passa ao nosso redor”.
Além dos espetáculos pelo país, o humorista viaja pelo mundo para fazer rir as comunidades portuguesas.
Fotos: José Gageiro