Começou hoje a fase de instrução do caso do Meco, a pedido das famílias dos seis jovens que perderam a vida na praia de Sesimbra, há mais de um ano. O único arguido do processo, João Gouveia, faltou à primeira sessão de debate, no Tribunal de Setúbal, e a sua ausência foi explicada pelo pai, que falou pela primeira vez aos jornalistas.
O Dux da Lusófona terá invocado o artigo 300 do Código de Processo Penal, que abrange a renúncia ao direito de estar presente em tribunal, além do direito que já tinha de remeter-se ao silêncio.
O pai do jovem, João Gouveia, defendeu o filho e diz que já é altura de acabar com as acusações. “O mínimo que tinha que fazer, até agora, era engolir em seco e compreender que aqueles pais perderam os filhos. Mas há um limite a partir do qual ninguém pode continuar a tolerar insultos”, afirmou.
O progenitor do Dux garantiu, ainda, que o filho sempre esteve disponível para falar com as famílias das vítimas e que o diálogo “foi interrompido quando começaram as acusações e insultos”. “Espero que as famílias façam o luto e que saibam respeitar a dor dos outros. Também não é fácil para um jovem ver partir os seus colegas e amigos”, sublinhou.
Vítor Parente Ribeiro, advogado dos pais das vítimas explicou que o objetivo neste debate instrutório é apurar se existe matéria para julgamento, apesar de o Tribunal de Almada ter arquivado o caso no verão passado.
Recorde-se que o acidente na Praia do Meco aconteceu na madrugada de 15 de dezembro de 2013. Seis estudantes da Universidade Lusófona perderam a vida depois de terem sido arrastados por uma onda.