Pela primeira vez, desde 1945, o governo alemão admitiu a reedição do manifesto de Adolf Hitler. O Instituto de História Contemporânea de Munique (IHCM) pretende publicar já em janeiro de 2016 uma edição em dois volumes de “Mein Kampf” (“A Minha Luta”).
No final da II Guerra, quando as tropas americanas ocuparam Munique, a editora que publicara “Mein Kampf”, a Franz Eher, a mais importante editora nazi de jornais e livros, foi desmantelada e os direitos que esta detinha sobre o livro de Hitler transitaram para o governo da Baviera, que nunca permitiu a reedição da obra, autorizando apenas a publicação de alguns excertos para fins pedagógicos.
A decisão da reedição da obra está a dividir opiniões na Alemanha e muitos são aqueles que consideram o livro perigoso para o grande público, enquanto outros consideram que é uma importante ferramenta académica.
O conteúdo desta edição será, no entanto, muito diferente do original. O texto da autoria do líder nazi mantém-se igual, mas será acompanhado por notas e críticas, num total de duas mil páginas.
Recorde-se que “Mein Kampf” foi escrito por Hitler na cadeia, em 1923 e, desde então até hoje, foram vendidas milhões de cópias em todo o mundo, há inclusivamente uma edição japonesa em banda desenhada.