Aos 35 anos, o ator já conquistou uma legião de fãs à custa dos papéis representados em Portugal e no Brasil. Com um sorriso contagiante e uns olhos verdes desarmantes, o português de sotaque carioca é atualmente André Queiroz na novela “Mar Salgado”, uma história que há alguns meses prende os portugueses aos serões da SIC.
“Esta é a minha 21ª novela e fico muito contente quando as novelas em que participo têm sucesso. Esta quebrou uma barreira e aproximou espetadores que não eram seguidores deste tipo de ficção e isso, é também um dos segredos de ‘Mar Salgado'”, confessou o protagonista à Move Notícias.
Para Ricardo Pereira, o ingrediente é simples: “É uma narrativa mais contemporânea, com uma dramaturgia próxima da população, uma dinâmica de cena muito rápida e com muita coisa a acontecer ao mesmo tempo e em vários núcleos. Isto é brilhante, principalmente para nós atores que gostamos de ler aquilo que nos escrevem para depois desempenhar. Tem sido incrível descobrir que temos sempre alguma coisa mais a fazer e chegamos todos os dias com muita vontade de estar ali, isso sente-se e nós estamos há quase nove meses a trabalhar e continuamos com a mesma alegria… Ainda faltam alguns, muitos episódios para fazer”. E, “saber que a novela está a ser transversal a todas as idades e classes sociais, a todo o tipo de géneros de pessoas, deixa-nos muito felizes”.
Sob direção da realizadora Patrícia Sequeira, tudo é orientado “para que seja uma novela viva, dinâmica, do agrado do espetador”. “O ator não trabalha sem o público e isso tem a ver com o feedback que temos sentido na rua e os resultados que têm aparecido. Toda a gente fala de ‘Mar Salgado’ e tomara que se mantenha este entusiasmo até ao fim, o que é difícil. Acho que temos conseguido e todos os dias trabalhamos, acreditem, para tentarmos superar-nos cena a cena”.
Com um guião surpreendente, capaz de despertar a curiosidade até ao mais cético, a trama ainda está longe de terminar. “Vamos fazer provavelmente 320 episódios. Espero que seja assim até ao final, que continuemos todos com esta energia boa e o relacionamento espectacular que existe no elenco, sempre com o intuito de dar o melhor ao telespectador”, desejou Ricardo, à margem da Noite dos Óscares que se realizou domingo, 22, no Parque Nascente, em Rio Tinto.
Por causa da história escrita por Inês Gomes voltou a Portugal, mas com regresso ao Brasil marcado para “o final desta novela”. “Vou-me embora, provavelmente entre abril, maio. Lá vou eu outra vez, tenho que ir, começo um novo projecto na TV Globo”, afirmou, acrescentando: “Acabo por estar dividido entre os dois países. Ao longo de ‘Mar Salgado’ já fui 2 vezes ao Brasil, aproveitando as semanas em que não gravo para fazer trabalhos que tenho lá. Dá para matar um bocadinho a saudade. Portugal é o meu país, onde nasci e que eu amo de coração e estarei sempre a promovê-lo e o Brasil é o país que me acolheu há 11 anos, onde os meus filhos nasceram e onde tenho uma relação profissional e também de amor, então acabo por ter o melhor dos dois mundos”.
Há cinco anos, a França abriu-se-lhe como um outro mercado a explorar e, à boleia de filmes feitos por lá, já se deixou contagiar por paragens mais frescas. “Acho que sou um bocadinho um cidadão do mundo que não esquece a origem. Eu vou… Adoro ir e descobrir e, graças a Deus, também tenho uma companheira que ajuda. A minha mulher adora, é o verbo ir, com ela é vamos embora, descobrir, começar do zero, experimentar e eu acho que a vida também é isso”, completou, provando viver em pleno a sua existência.
Casado desde 2011 com Francisca Pinto Ribeiro, Ricardo Pereira tem dois filhos, Vicente, de três anos, e Francisca, de apenas um, mas ainda quer uma família maior, mas não para já. Isto porque “os meus filhos nasceram muito perto um do outro, a minha mulher ainda é muito nova e eu também tenho 35, há agora um tempo de calma, de entender estes e nos dedicarmos muito a eles que exigem muito e depois pensaremos nisso”, concluiu, demonstrando ser um homem pragmático e consciente da realidade, certo de que “a vida só vale a pena assim”.
Fotos: José Gageiro