O Tribunal de Aveiro começou esta sexta-feira, dia 6, a julgar o pedido de indemnização cível feito pelos pais de uma das vítimas do despiste do automóvel conduzido pelo cantor Angélico. Na ação, os pais de Hélio Filipe exigem à mãe de Angélico Vieira o pagamento de 236 mil euros. Por sua vez, os pais do ator processaram o dono do stand, alegando que o carro acidentado não era do filho, mas do negociante de automóveis, que alegam ter forjado um contrato de compra e venda, falsificando-se a assinatura do filho.
Hoje uma perita do Laboratório da Polícia Judiciária confirmou que a assinatura era falsa. “Alguém falsificou a assinatura de Angélico Vieira nesse mesmo contrato”, afirmou a especialista Andreia Gomes Vieira, do Laboratório de Polícia Científica (LPC) da PJ. “Trata-se de uma imitação com alguma qualidade”, salientou, acrescentando não haver resultados conclusivos de que tenha sido o dono do stand, Augusto Fernandes. “Temos algumas condicionantes para chegar ao autor da falsificação”, explicou.
A mãe de Angélico, Filomena Vieira, disse ao início do julgamento “ter a certeza absoluta que o carro da tragédia era emprestado”. Além disso, garantiu à juíza que ao contrário da versão de Augusto Fernandes, o carro do acidente não tinha sido comprado pelo seu filho. “O meu filho tinha três carros, um Ferrari, um Audi e um Porsche Cayenne, mas como gostava muito de carros de topo de gama, andava com o BMW emprestado pelo senhor Augusto Fernandes, do stand Auguscar, da Póvoa de Varzim. Esse carro foi emprestado pelo senhor Augusto ao meu filho, que lhe disse que enquanto não o comprasse poderia andar com uns poucos de carros dele, o que era o caso desse BMW acidentado”, relatou.
Filomena contou ainda que na véspera do acidente – que ocorreu na A1 perto de Estarreja no dia 25 de junho de 2011 -, o ator pretendia trocar de carro: “Não queria andar mais com aquele BMW, porque dava-lhe mais jeito um carro mais arejado, do tipo descapotável”.
Recorde-se que o ator Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, dias após o acidente, que provocou também a morte do passageiro Hélio Filipe e ferimentos nos ocupantes Armanda Leite e Hugo Pinto.
Foto: José Gageiro