A insuficiência renal continua a aumentar em Portugal: segundo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia, todos os anos surgem cerca de dois mil novos casos. Atualmente, existem mais de 18 mil portugueses a fazer tratamento de substituição da função renal.
No dia mundial do Rim, que se assinala esta quinta-feira, dia 12, a APIR (Associação Portuguesa de Insuficientes Renais) alerta para a dificuldade dos doentes em ter acesso à diálise peritoneal (técnica domiciliária que não obriga ao transporte ou à mobilização frequente dos doentes e que permite uma poupança, associada a esses transportes, de no mínimo, 20 milhões de euros anuais para o SNS), mais cómoda e prática, realizada em ambiente domiciliário.
Apenas 6% dos doentes que se encontram atualmente a fazer uma das modalidades terapêuticas têm a possibilidade de fazer o tratamento em casa. A percentagem está muito abaixo da média europeia e, para a APIR, o principal obstáculo à democratização do tratamento está relacionada com a dificuldade de compreensão do doente das modalidades terapêuticas, quando existe uma apresentação das mesmas por parte dos profissionais de saúde.
“Para a APIR, é incompreensível que esta técnica de diálise, que no nosso País deveria estar aumentar, está pelo contrário a regredir, sendo esta uma das nossas atuais preocupações. As técnicas de diálise domiciliária, mais concretamente a diálise peritoneal, deveriam ter um maior incentivo junto de todos os insuficientes renais elegíveis para a modalidade pois esta permite uma
maior comodidade do doente e família”, defendeu João Cabete, Presidente da Direção Nacional da APIR.
Portugal é um dos países da Europa com mais casos de Insuficiência Renal Crónica (IRC). Os principais fatores de risco são a Diabetes e a Hipertensão Arterial, dois problemas em crescente na nossa sociedade. Para sensibilizar a população, a APIR volta a realizar, este ano, os habituais rastreios gratuitos em Lisboa (Centro Comercial Colombo), Setúbal (Av. Luísa Toddy), Santarém (Jardim da Liberdade), Évora (Escola Secundária Gabriel Pereira), Coimbra (Praça do Comercio) e Funchal (Largo do Chafariz).