Um estudo realizado pela Universidade de Medicina da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, concluiu que os mamíferos são mais parecidos com os pais, embora recebam em igual quantidade mutações da mãe e do pai.
“Sabemos que há 95 genes que estão sujeitos a esse efeito de origem paterna. Chamam-se genes marcados, e podem desempenhar um papel em doenças, dependendo se a mutação genética veio do pai ou da mãe. Agora, descobrimos que além destes, existem milhares de outros genes que têm um efeito de origem paterna”, refere o estudo.
Estas mutações genéticas passadas dos pais para os filhos aparecem, tipicamente, em doenças consideradas complexas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, esquizofrenia, obesidade e cancro. Investigar estas doenças de um ponto de vista genético, em ratos, tendo em conta a origem paterna, vai permitir conhecer as causas das doenças e estudar futuros tratamentos.
Esta investigação está a ser realizada com Collaborative Cross, que é a população de ratos cujo ADN é o mais diversificado no mundo.
Três linhagens de ratos foram criadas a partir de nove tipos diferentes de descendência híbrida. Foram seguidos e quando chegaram a adultos avaliou-se a expressão dos genes transmitidos aos animais. Foi então quantificada a parte das expressões que provêm do pai e da mãe.
“Descobrimos que a maior parte dos genes – cerca de 80% – possuíam variantes que alteravam a expressão dos genes. Foi nesta altura que descobrimos uma nova expressão do ADN, mais ampla, em que a parte a favor do pai pesa mais em centenas de genes”, revelou James Crowley, um dos autores do estudo.