Há falta de dadores de medula óssea entre os jovens. Segundo a Associação Portuguesa contra a Leucemia, é na população entre os 18 e os 25 anos que a sensibilização se torna mais necessária.
No entanto, o número de potenciais dadores de medula aumentou de forma significativa, sobretudo na última década. Em 2002 havia 1.600 dadores de medula óssea, um número que ultrapassou os 360 mil no final do ano passado.
A diretora executiva da Associação Portuguesa contra a Leucemia, diz que se trata de uma evolução positiva. Porém, Sofia Sá Cardoso lembra que o número de dadores entre os jovens ainda é reduzido: “Entre os 18 e os 25 anos, há aqui ainda um grande trabalho de educação a fazer. Mesmo nos cursos relacionados com a saúde, como a medicina, farmácia e enfermagem, muitas vezes, vê-se que estes jovens estudantes não são potenciais dadores de medula óssea ou por desconhecimento ou por algum motivo. Quantas mais pessoas entre os 18 e os 25 anos, mais possibilidade terão de vir a ser activados para ser dadores”.
Todos os anos surgem mil novos casos de leucemia e linfoma em Portugal, uma evolução estabilizada que, a par dos avanços da medicina, permite que, por exemplo no caso das crianças, a taxa de sucesso dos tratamentos ronde os 80%.
Mas só o transplante de medula permite a cura total. “Antigamente, também era mais fácil quando as famílias eram maiores e quando havia muitos irmãos. É muito mais fácil encontrar um dador com uma compatibilidade de 100% entre irmãos. Hoje em dia, as famílias são mais pequenas, há menos irmãos e a probabilidade de encontrar um dador compatível na família é muito menor”, sublinha a diretora. Assim, quantos mais dadores, maiores são as possibilidades de cura.
A partir das 9h00 desta terça-feira a Associação Portuguesa contra a Leucemia realiza uma iniciativa de angariação de potenciais dadores de medula óssea no Atrium Saldanha, em Lisboa.