Um novo estudo mostra que nem sempre os médicos concordam com os resultados de biópsias para o cancro de mama. A pesquisa revela que os médicos que detetam o problema inicialmente só concordam em 75% das vezes com especialistas que não estão ligados ao caso.
No estudo, 115 patologistas – médicos que analisam exames e diagnosticam o cancro – dos EUA avaliaram imagens de 240 biópsias de cancro da mama e fizeram diagnósticos. As suas respostas foram confrontadas com as de um grupo de referência, formado por três especialistas no assunto, que determinaram as análises corretas.
Quando se tratava de um cancro invasivo, aquele que já atinge outras camadas celulares do órgão afetado e tem capacidade de se disseminar para outras partes do corpo, houve um consenso: os patologistas concordaram com o diagnóstico determinado pelos especialistas em 96% dos casos. Quando se tratava de biópsias não cancerígenas, apenas havia consenso em 87% dos casos.
Em situações de diagnóstico mais complexo, como atipia, quando as células são anormais mas não cancerosas, os patologistas e o painel de referência só entraram em consenso em 48% dos casos. No caso do chamado carcinoma ductal in situ (CDIS), quando as células anormais ficam dentro dos ductos das mamas, o veredito dos médicos foi o mesmo em 84% das vezes. Na totalidade dos casos, os médicos concordaram em 75% dos casos.
O estudo não analisou o impacto clínico de diagnósticos incorretos, mas levantou algumas preocupações no que concerne aos diagnósticos.